Muita gente não sabia, mas Maurício Kubrusly, que trabalhou na TV Globo por mais de 30 anos, se afastou do trabalho mudou para a Bahia após ser diagnosticado com um problema de saúde. O jornalista sofre com o mesmo problema que afeta Bruce Willis, a demência frontotemporal (DFT).
O diagnóstico de Kubrusly, que pegou muitos telespectadores de surpresa, foi revelado, no último domingo (20/8), durante o terceiro episódio da série especial sobre os 50 anos do Fantástico. A reportagem falava sobre o quadro Me Leva Brasil, apresentado pelo jornalista, no qual ele viajava o país contando histórias emocionantes e divertidas, como a do homem mais rabugento do Brasil.
Ao citar o jornalista, a matéria mostrou imagens dele andando na beira da praia ao lado de seu cachorro, Shiva: “Maurício Kubrusly deixou para trás São Paulo para mergulhar na natureza, o que tem sido um bom remédio para lidar com a Demência Fronto Temporal (DFT), que foi diagnosticado há alguns anos”, afirmou a legenda do vídeo.
E continuou: “A memória se foi mas, como ele sempre diz, permanece sua enorme paixão pela vida e pela gente brasileira”. Um dos comentários do episódio era feito por Pedro Bial, que falou sobre o ex-colega de emissora.
“Maurício Kubrusly merece todas as nossas homenagens, não só pelo Me Leva Brasil, mas o Me Leva Brasil meio que abriga toda essa obra enorme desse grande jornalista”, afirmou ele.
A matéria foi postada no Instagram do Fantástico e muitos fãs resolveram deixar mensagens: “Linda e emocionante homenagem ❤️❤️ Mas é preciso discordar de algo. A memória não se foi, está presente em todos a quem ele tocou ao longo dos anos”, disse um. “Quanta delicadeza e respeito pela pessoa e profissional que ele foi e continua sendo”, afirmou outra. “Pensei que havia se aposentado por prazer e não por isso. Linda homenagem. Fiquei muito triste, não sabia de seu quadro de saúde. Mas está cercado de amor com a família ❤️”, comentou uma terceira.
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Comedy Central Roast Of Bruce Willis – Red Carpet
Bruce Willis Rich Fury/Getty Images
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Com as obras cinematográficas, Bruce tornou-se um dos maiores atores de ação e uma das estrelas mais respeitadas de todos os tempos. Inclusive, em 2006, o ator ganhou uma estrela em homenagem a ele na Calçada da Fama Albert L. Ortega / Colaborador/ Getty Images
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O sucesso do longa foi tão grande que rendeu quatro sequências: Duro de Matar 2, Duro de Matar – A Vingança, Duro de Matar 4.0 e Duro de Matar: Um Bom Dia, Para Morrer Tommaso Boddi / Correspondente/ Getty Images
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Tempos depois, tendo certeza do que queria, juntou dinheiro e pagou o curso de interpretação do Programa de Teatro na Montclair State University. Bem-humorado e popular, não demorou muito para que o ator conquistasse notoriedade Rich Fury/Getty Images
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“Como Bruce sempre diz, ‘viva’ e juntos planejamos fazer exatamente isso”, conclui o comunicado, assinado por sua esposa Emma, a ex-esposa Demi Moore e os filhos do ator Jim Spellman/Getty Images
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“Este é um momento realmente desafiador para nossa família e estamos muito gratos por seu amor, compaixão e apoio contínuo”, diz o texto divulgado pela família da estrela de Die Hard. “Estamos passando por isso como uma unidade familiar forte e queríamos trazer seus fãs porque sabemos o quanto ele significa para vocês, assim como vocês significam para ele” Gilbert Carrasquillo / Colaborador/ Getty Images
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“Queríamos compartilhar que nosso amado Bruce está passando por alguns problemas de saúde e recentemente foi diagnosticado com afasia, o que está afetando suas habilidades cognitivas”, diz um trecho do comunicado feito pela família do ator Dave J Hogan/Getty Images
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Willis teve o primeiro contato com os palcos na escola, quando integrava o grupo de teatro da instituição. Após se formar, não encontrou boas oportunidades de emprego e precisou trabalhar em uma usina nuclear em Salém, onde desenvolveu pneumonia e, como consequência, precisou ser hospitalizado por um longo período VCG / Colaborador/ Getty Images
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Durante a carreira, Bruce Willis recebeu diversos prêmios, tais como: o Globo de Ouro pela atuação em A Gata e o Rato e o Emmy pela participação que fez em Friends, por exemplo Mitchell Leff / Colaborador/ Getty Images
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Bruce Willis era gago, mas conseguiu resolver a situação após se matricular no programa de teatro. Talentoso, o ator participou de várias peças até conseguir uma oportunidade para estrelar a série A Gata e o Rato, em 1985, ao lado da atriz Cybill Shepherd Dia Dipasupil / Equipe/ Getty Images
Bruce Willis
Ele foi diagnosticado com afasia Reprodução
Entenda a doença A família de Bruce Willis informou, em fevereiro, que o ator foi diagnosticado com demência frontotemporal (DFT). Em 2022, foi anunciado que ele se aposentaria depois de um diagnóstico de afasia (dificuldades na fala), que evoluiu para o quadro atual.
“Infelizmente, desafios com comunicação são apenas um sintoma da doença que Bruce enfrenta. Enquanto isso é doloroso, é um alívio finalmente chegar a um diagnóstico claro”, afirmam os familiares do ator.
De acordo com o Manual MSD, cerca de metade das DFTs são hereditárias. Os principais efeitos da doença são mudanças na personalidade, comportamento e linguagem — apesar de alguns casos terem perda de memória, o sinal não é tão comum quanto no Alzheimer, outro tipo de demência.
O paciente tem dificuldade no raciocínio abstrato e na atenção, responde perguntas de maneira desordenada, torna-se impulsivo, perde as inibições sociais e negligencia a higiene pessoal. O comportamento torna-se repetitivo e estereotipado e há redução da expressão verbal, com repetição excessiva de algumas palavras.
Muitas pessoas com DFT têm, como Willis, diagnóstico de afasia, quando há redução da fluência, dificuldade de compreensão da linguagem e hesitação — este pode ser o único sintoma antes do diagnóstico em alguns pacientes.
É possível que o indivíduo tenha, com o avanço da doença, atrofia muscular generalizada, fraqueza, fasciculações e dificuldade para mastigar — por isso, pode ter risco de pneumonia por aspiração e até morte prematura. A condição é irreversível.
“DFT é uma doença cruel que muitos de nós nunca ouvimos falar e que pode atingir qualquer um. Para pessoas com menos de 60 anos, DFT é a forma mais comum de demência, e como o diagnóstico pode levar anos, a DFT é provavelmente muito mais dominante do que sabemos. Atualmente, não há tratamentos para a doença, uma realidade que esperamos poder mudar nos anos à frente. À medida que a condição de Bruce avança, esperamos que qualquer atenção da mídia possa se concentrar em iluminar esta doença que precisa de muito mais conscientização e pesquisa”, diz o comunicado da família de Willis.