Um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Jair Renan Bolsonaro, é um dos alvos da ‘Operação Nexum’ da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã desta quinta-feira, 24. O grupo é suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva, no Distrito Federal e em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. Um dos presos é Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Jair Renan e apontado pela polícia como mentor do esquema. Ele já havia sido alvo de duas outras operações neste ano – ‘Succedere’ e ‘Falso Coach’ –, relacionadas a crimes tributários, emissão ilícita de notas fiscais e uso de documentos falsos para registro e comércio de armas, além da promoção de cursos e treinamentos de tiro por meio de uma empresa em nome de um “laranja”. Em uma das ações, chegou a ser preso em flagrante por porte irregular de arma de fogo.
Em conversa com o repórter Bruno Pinheiro, o advogado Samuel Magalhães, que faz a defesa de Maciel, disse não ter ciência das acusações e afirmou que vai se manifestar após ter acesso ao inquérito policial. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) disse à reportagem da Jovem Pan News que o irmão mais novo “está tranquilo” e atribuiu a operação a “perseguição política” contra a família. “Parece mesmo ser mais um capítulo de perseguição, pois o alvo da operação policial sequer era Renan. Certamente se ele não tivesse o sobrenome Bolsonaro nada disso estaria acontecendo. Não há muita informações e sequer se sabe o nexo que liga Renan ao alvo da operação”, afirmou Eduardo.
Agentes fizeram buscas em dois endereços de Jair Renan, um apartamento em Balneário Camboriú e outro em área nobre de Brasília. Materiais apreendidos nas operações anteriores revelaram o suposto esquema de fraudes e mais envolvidos, informou a polícia. “A investigação apontou para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, ‘testa de ferro’ ou ‘laranja’, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas ‘fantasmas’, utilizadas pelo alvo principal e seus comparsas. De acordo com os elementos de prova, o principal investigado e um de seus comparsas fizeram nascer a falsa pessoa de Antonio Amancio Alves Mandarrari, cuja identidade falsa foi usada para abertura de conta bancária e para figurar como proprietário de pessoas jurídicas na condição de laranja”, relatou a Polícia Civil do DF.
Em vídeo enviado pela PCDF, o delegado Leonardo de Castro Cardoso, diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da corporação, afirma que os cinco mandados de busca e apreensão foram devidamente cumpridos nesta manhã. No entanto, Cardoso informa que o segundo mandado de prisão corresponde a um indivíduo foragido da polícia e que também responde por um homicídio na cidade de Planaltina. O delegado também confirma que celulares e demais equipamentos eletrônicos de Maciel e de outros envolvidos no esquema foram apreendidos: “Esses telefones serão levados à perícia para extração de dados, o que provavelmente contribuirá para a investigação. Essa investigação vem sendo levada a 7 meses pela Polícia Civil”.
* Com informações do repórter Bruno Pinheiro.