Um em cada três brasileiros (cerca de 31%) depende dos chamados ‘bicos’ para fechar as contas mensais. Os dados são da Pesquisa Nacional Sobre Desigualdades do Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica). Em entrevista à Jovem Pan News, o coordenador de relações institucionais do Cidades Sustentáveis, Igor Pantoja, ressaltou que o resultado de 2023 da pesquisa ainda é elevado, mas inferior ao de 2022, quando o índice estava em 45% da população, o equivalente a 91 milhões de brasileiros com dependência de rendas alternativas para viver. “Hoje são mais de 50 milhões de pessoas que precisam complementar a sua renda fazendo alguma atividade extra. Isso, sem dúvida, tem efeitos da pandemia, questões do ambiente econômico e político, as mudanças que a gente veio vivendo.” O levantamento ainda aponta que 57% da população considera que houve aumento da pobreza em sua cidade. O resultado também é melhor do que o de 2022, quando o índice era de 75%.
O economista e fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, aponta a necessidade de educação financeira para melhorar esse cenário e as dificuldades do ambiente econômico. “Acabam dificultando muito com que o brasileiro seja um empresário ou um empreendedor. Ele tem que buscar renda extra, os ‘bicos’, porque o salário não consegue pagar também o que ele precisa, porque a inflação acabou crescendo. Historicamente, o Brasil é um país de inflação alta, com isso os preços sobem muito e fica cada vez mais difícil a gente pagar as nossas contas.”
*Com informações do repórter Marcelo Mattos