O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), defendeu nesta segunda-feira, 9, que a jornada semanal de trabalho seja reduzida para quatro dias. No entendimento do chefe da pasta, a economia brasileira suportaria a redução e o debate sobre o assunto precisa ser feito em todos os setores da sociedade. O tema, entretanto, ainda não foi discutido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Eu acredito que passou da hora de discutir. Não tratei disso com o presidente Lula. É a minha opinião, não do governo. Mas tenho certeza de que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Congresso analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho. Sem redução dos salários, evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria”, declarou o ministro, em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
Em maio deste ano, uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos apontou que 34% dos trabalhadores brasileiros acreditam que as empresas do país adotarão uma jornada de quatro dias de trabalho em 2023. Os dados são da pesquisa Global Advisor, feita em 36 países. O índice do Brasil ficou próximo da média global, que é de 37%. Já nos Emirados Árabes Unidos, 68% dos trabalhadores acreditam nesta redução da jornada de trabalho. Na sequência estão a Índia (63%) e a Indonésia (54%). Entre os países que menos acreditam na adoção de uma semana de 4 dias úteis estão o Japão (15%), a Suécia (22%) e a Argentina (22%). Os dados globais indicam que, apesar de relativamente difundido, o debate sobre a redução da jornada de trabalho de cinco dias está longe de um consenso na maioria dos países. A margem de erro da pesquisa para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.