Ideia é criar alternativas para ‘asfixiar’ financeiramente as organizações criminosas no Estado; intervenção federal é descartada
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Ricardo Cappelli reuniu com governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, nesta terça-feira, 24
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, afirmou nesta terça-feira, 24, após uma reunião com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que o governo federal estuda a criação de uma força-tarefa para desarticular operações financeiras de organizações criminosas do Estado. “Ele [Cláudio Castro] sugeriu uma construção de uma força-tarefa no Rio de Janeiro, coordenada pela Casa Civil do governo do Estado, junto com a secretaria de Fazenda, com a secretaria nacional de Segurança Pública e com a Polícia Federal”, disse o número dois da Justiça. Segundo Cappelli, a ideia é criar alternativas para “asfixiar” financeiramente os grupos e, por consequência, reduzir o “potencial ofensivo” dos criminosos. “Tratar especificamente de crimes financeiros, lavagem de dinheiro, aqui no Rio de Janeiro a gente sabe que isso é decisivo”, disse o secretário. A possibilidade passou a ser aventada após o Rio de Janeiro registrar o dia com mais ônibus incendiados na história – no total, 35 veículos, sendo 20 da operação municipal, cinco BRTs e outros 10 de turismo e fretamento após a morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido por ser o número dois da principal milícia da cidade – ele era sobrinho do miliciano Zinho.
Também nesta terça, Cappelli e Castro disseram não ver necessidade de uma intervenção federal no Rio de Janeiro, justificando que a Força Nacional está atuando no Estado há poucos dias. Desde o ataque de milicianos na Zona Oeste do estado na última segunda-feira, 23, autoridades têm se movimentado para encontrar soluções para o Rio de Janeiro. Conforme mostrou o site Jovem Pan, a onda de violência no Rio fez o presidente Lula passar a considerar a criação do Ministério da Segurança Pública, em um desmembramento do Ministério da Justiça. A ideia, segundo o presidente da República, é “compartilhar problemas” com os governos estaduais.