Uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada nesta quarta-feira, 25, traça o perfil de trabalhadores por aplicativos de serviço no Brasil. Segundo os dados, o país tinha 1,5 milhão de trabalhadores por meio de aplicativos de serviços no quarto trimestre de 2022. Estão incluídos motoristas, entregadores de comida e outros profissionais. O grupo de 25 a 39 anos correspondia a quase metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais. Os dados aponta que os trabalhadores de aplicativos correspondem a 1,7% da população ocupada no setor privado. A pesquisa foi realizada pelo instituto em parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e com o MPT (Ministério Público do Trabalho). Segundo o IBGE, 52,2% (778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, em ao menos um dos dois tipos listados (de táxi ou não). O levantamento indica ainda 39,5% ( 589 mil) eram trabalhadores de aplicativos de entrega de comida e produtos. Outros 13,2% (197 mil) atuavam por aplicativos de prestação de serviços gerais ou profissionais.
Homens somam 81,3%, bem acima dos que ocupavam cargos no setor privados, que foi de 59,1%. “Há mais homens entre os plataformizados porque a maior parte dos trabalhadores por aplicativo são condutores de automóveis e motocicletas, ocupações majoritariamente masculinas”, explica o analista Gustavo Geaquinto. Os plataformizados concentravam-se nos níveis intermediários de escolaridade, principalmente no nível médio completo ou superior incompleto (61,3%). O grupo sem instrução e com fundamental incompleto era a menor entre os plataformizados (8,1%), mas correspondia a 22,8% do total de ocupados. Cerca de 77,1% são trabalhadores por conta própria, contra 29,2% para os não plataformizados, e 9,3% são empregados do setor privado sem carteira assinada. Os dados apontam ainda que 60,8% dos ocupados no setor privado contribuíam para a previdência e apenas 35,7% dos plataformizados eram contribuintes. Em contrapartida, a proporção de trabalhadores de aplicativos informais (70,1%) era superior à do total de ocupados no setor privado (44,2%).