A concentração média global de dióxido de carbono (CO2) atingiu um novo recorde em 2022, 50% acima do registrado na era pré-industrial. A substância é o gás de efeito estufa encontrado com mais frequência no mundo. O alerta consta em novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado nesta quarta-feira (15/11).
A agência é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). A concentração de dióxido de carbono chegou a 418 partes por milhão, unidade que mede a quantidade de moléculas da substância a cada milhão de moléculas no ar.
O aumento, de acordo com o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, levará a um novo aumento nas temperaturas globais. O representante alertou que o mundo caminha para temperaturas bem acima das metas do Acordo de Paris até ao final do século.
A concentração de metano (segundo gás mais frequente no efeito estufa) subiu para 1.923 partes por bilhão, aumento de 264%. Já a de óxido nitroso (terceiro principal gás) atingiu o pico de 336 partes por bilhão.
“A despeito de décadas de advertências científicas, relatórios extensos e dezenas de conferências sobre o clima, continuamos seguindo na direção errada”, ressaltou Taalas. Entre as condições extremas causadas pelo aumento da temperatura global, estão calor e chuvas intensos, derretimento do gelo, elevação do nível do mar e acidificação dos oceanos.
O Boletim do Efeito Estufa será utilizado em negociações da 28ª Cúpula do Clima, a COP28, prevista para os dias 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes.