Apesar do favoritismo de Javier Milei para a presidência da Argentina, o governo Lula (PT) mantém a convicção de que a eventual vitória do candidato de extrema-direita não deverá influenciar significativamente o cenário político no Brasil. A avaliação é de que a direita brasileira encontra-se fragilizada, incapaz de protagonizar uma reviravolta no país. Segundo um ministro palaciano, só restará a comemoração para a “turma de Bolsonaro”.
Depois do 8 de janeiro e das consequências do ataque bolsonarista às sedes dos Três Poderes, como as prisões e a CPMI, a direita brasileira não conseguiu se organizar para fazer oposição ao governo Lula. No Congresso ou nas ruas, a direita, simplificada pelo PL, foi nula e viu seu principal líder, Jair Bolsonaro, se tornar inelegível.
Agora, com a possível vitória de Milei, o governo entende que haverá um alvoroço nos demais países da América do Sul, mas isso não significará uma “virada de mesa”. Na visão do governo, o impacto de uma eventual vitória de Donald Trump em novembro de 2024 é considerado muito mais relevante.
A preocupação do Brasil em relação à vitória de Milei concentra-se principalmente na retórica absurda do candidato, que sugere a possibilidade de cortar relações entre os dois países. Atualmente, o Brasil representa o segundo maior parceiro comercial da Argentina.
Além disso, é crucial observar que a instabilidade política na Argentina sob a liderança de Milei poderia ter implicações além das questões comerciais. O Brasil, como vizinho imediato e parceiro estratégico, pode enfrentar desafios diplomáticos e de segurança caso haja mudanças drásticas na política externa argentina.