Após meses de troca de farpas com Flávio Dino, Sergio Moro cumprimentou hoje calorosamente, com um abraço, o indicado de Lula à vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para a oposição no Congresso Nacional, um claro gesto de que Moro se comprometeu a votar, no Senado, a favor de Dino. A sinalização é um mau presságio para os críticos do atual ministro da Justiça de Lula, pois mostra que ele conseguiu angariar apoio de onde menos se esperava. A votação, como se sabe, é secreta.
O abraço de Moro em Dino ganhou as rodas de conversa de políticos de oposição. “Cínico”, “covarde” e “rabo preso” foram algumas das classificações destinadas ao ex-juiz da Lava Jato por senadores e deputados do campo conservador.
Em uma dessas conversas reservadas, um senador crítico do governo Lula, mas que tampouco pertence ao partido de Bolsonaro, afirmou.
“Moro não deveria ter abandonado a magistratura para integrar o governo Bolsonaro. Uma vez no governo, não deveria ter rompido com o então presidente. E, agora, erra ao sinalizar apoio a Dino e contrariar os seus próprios eleitores.
Moro é adepto daquele lema: ‘É fazendo M que se aduba a vida’”, disse, provocando risos de quem estava perto.