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A jornalista Patrícia Lélis, 29 15 de janeiro de 2024 | 20:15
O FBI, a polícia federal norte-americana, colocou a brasileira Patrícia Lélis, 29, em sua lista de foragidos. Ela é acusada de se passar por advogada, falsificar documentos e embolsar US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões) de seus clientes. A pena pode chegar a duas décadas.
Tais crimes teriam ocorrido a partir de 2021. Segundo acusação, Lélis teria oferecido serviços a imigrantes em busca de green cards, o visto necessário para permanecer em solo estadunidense. Segundo a acusação, ao receber o pagamento de US$ 135 mil (aproximadamente R$ 657 mil), ela entregava certificados com numerações inventadas.
De acordo com a Justiça americana, ela não possui autorização para advogar no país. O dinheiro arrecadado pela suspeita teria sido usado na reforma de sua residência em Arlington, no Taxas.
Em texto no X, ex-Twitter, a jornalista disse ter sido vítima de uma armação e já ter deixado o território dos Estados Unidos. “Sim, o FBI no USA está me ‘procurando’. Mas já sabem exatamente onde estou como exilada política. Foram meses de perseguições e falsas acusações”, declarou. As autoridades, porém, negam saber o paradeiro dela.
“Meu suposto crime: não aceitei que me fizessem de bode expiatório contra aqueles que considero como meus irmãos por cultura e principalmente por lado político e sim, ‘roubei’ todas as provas que pude para mostrar o meu lado da história e garantir minha segurança”, continuou.
Natural de Brasília, Patrícia Lélis ficou conhecida em 2016 após denunciar o pastor e então deputado Marco Feliciano (PL-SP) por “crimes de estupro, lesões corporais, sequestro, cárcere privado, ameaça e corrupção de testemunha”. O inquérito foi arquivado dois anos depois.
Depois, Lélis acabou se tornando ré em São Paulo por suposta tentativa de extorsão contra um chefe de gabinete de Feliciano, que chegou a ser detido.
Ela fizera um boletim de ocorrência, dada como falsa, afirmando que o assessor Talma Bauer a intimidou com uma arma e a manteve em cárcere privado, com a intenção de que ela gravasse vídeos para inocentar o congressista.
Em outra denúncia, que foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal), Lélis também acusou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de tê-la ameaçado. Ela militou no PSC (Partido Social Cristão), sigla à qual o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro pertenceu de 2014 a 2018.
Após ser denunciado, Eduardo chamou a jornalista de mentirosa e lembrou da situação com Feliciano. “Essa moça, Patrícia Lélis, já deveria ter sido interditada”.
Ela partiu para o Texas após o caso, alegando insegurança no Brasil.
Folhapress