A Polícia Federal acredita que o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, liderou uma campanha velada, mas agressiva, de pressão a oficiais das Forças Armadas que rejeitaram aderir ao plano golpista articulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por seus aliados para continuar no poder mesmo após uma eventual derrota nas eleições de 2022. Conversas recuperadas pela PF apontam que até mesmo o então comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, entrou na mira do ministro. Em um dos diálogos, em dezembro de 2022, Braga Netto afirma que a “culpa pelo que está acontecendo e acontecerá é do general Freire Gomes”. “Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, acrescenta o ministro. “Oferece a cabeça dele. Cagão.”
Braga Netto também chamou de “traidor da pátria” o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, então comandante da Aeronáutica. “Inferniza a vida dele e da família”, orientou o ministro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação deflagrada nesta quinta-feira, 8, afirmou que Braga Netto teve “forte atuação inclusive nas providências voltadas à incitação contra os membros das Forças Armadas que não estavam coadunadas aos intentos golpistas, por respeitarem a Constituição Federal”.
Como o site da Jovem Pan antecipou,Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 8, a Operação Tempus Veritatis, que investiga organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os alvos, estão militares, ex-ministros do governo anterior e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o general Augusto Heleno; o ex-ministro Anderson Torres; o presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, entre outros.
*Com informações do Estadão Conteúdo