Após deputados e senadores bolsonaristas ensaiarem uma pressão contra Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) pela PEC da blindagem, os presidentes da Câmara e do Senado indicaram a aliados que vão arquivar a proposta caso ela realmente comece a ser discutida.
A Proposta de Emenda à Constituição seria um pacote de medidas para blindar os congressistas contra operações da Polícia Federal (PF) e investigações do Supremo Tribunal Federal. Uma das iniciativas seria apenas permitir ações judiciais contra deputados e senadores depois de análise da Mesa Diretora de ambas as casas.
A articulação pela PEC está sendo toda conduzida por lideranças do PL e do União Brasil —partido próximo a Lira e Pacheco. Os dois presidentes, no entanto, não querem discutir uma proposta dessa magnitude neste ano.
A recusa de Pacheco se deu pelo “oportunismo” de bolsonaristas, que só pensaram nesta PEC depois que a PF fez operações de busca e apreensão contra os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ). Na idealização da PEC, estaria um mecanismo que daria acesso às investigações àqueles congressistas alvos de ações da PF. Em suma, os investigados teriam acesso a todas as evidências que ainda não vieram a tona.
Já Lira considerou que “não há clima” para a discussão neste ano “mais curto” do Congresso Nacional. O presidente da Câmara também não quer criar indisposição com o STF, já que foi salvo em diversas oportunidades pelos ministros da Corte.
A proposta também não teria o apoio do governo federal. Governistas, por ora, querem ver mais ações da PF contra os bolsonaristas do Congresso.