O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, rebateu nesta segunda-feira (11/3) sua antecessora Damares Alves, que foi acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de fazer denúncias falsas sobre a população da Ilha de Marajó (PA). Almeida foi ao arquipélago apresentar ações do governo Lula, que cancelou o programa do governo Bolsonaro para a região e apontou irregularidades.
“Aqui não tem espaço para mentira. Aqui a gente reconhece que existem problemas sérios, mas eles precisam ser tratados com seriedade, com respeito, demonstrando que essas pessoas têm direito a uma vida digna. A gente veio trazer política pública e cidadania. Marajó não é um antro de exploração sexual como se quis fazer crer. Existe o problema, está sendo tratado pelas forças de segurança, só que as pessoas aqui precisam de segurança do ponto de vista da cidadania, de políticas públicas”, afirmou Silvio Almeida.
Em busca de votos na eleição de 2022, a bolsonarista fez denúncias falsas expondo supostos casos de abuso sexual infantil no arquipélago. O caso fez com que, em 2023, o MPF cobrasse uma indenização de R$ 5 milhões da ex-ministra e da União, por danos morais e sociais à população de Marajó.
Como a coluna mostrou no último domingo (10/3), a gestão de Damares Alves à frente do Ministério dos Direitos Humanos gastou R$ 1,6 milhão para divulgar o programa Abrace o Marajó em uma exposição em Dubai em 2021.
Para o governo Lula, o programa defendido por Damares teve diversas irregularidades, inclusive “atender a interesses estrangeiros”. Esse trecho destacado pelo Planalto consta de um relatório técnico da Comissão de Amazônia da Câmara. “O programa foi utilizado para a exploração de riquezas naturais e para atender a interesses estrangeiros, sem benefício ou participação social da população local”, disse o governo.