O dólar opera em queda na manhã desta quarta-feira (17/4). Por volta das 11 horas, ele recuava 0,53%, cotado a R$ 5,24. Na véspera, havia fechado em alta de 1,64%, a R$ 5,26 – o maior valor em mais de um ano. A disparada da moeda americana, apontam analistas, é resultado da deterioração do cenário econômico tanto no mundo como no Brasil, que tem origem em três grandes fatores.
O primeiro deles é a perspectiva de manutenção dos juros americanos em alta por mais tempo do que o mercado previa. A tensão geopolítica também aumentou com o ataque do Irã a Israel, no sábado (13/4). Por fim, no ambiente interno, o governo federal decidiu mudar o alvo fiscal de 2025, passando de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para uma meta zero, ou mesmo, um déficit de 0,25% do PIB.
E a alta do dólar tem forte impacto na economia do país, provocando uma espécie de “efeito dominó” que permeia a sociedade. Seu impacto mais nocivo é servir de alavanca para a inflação. Muitos produtos consumidos e fabricados no Brasil usam insumos importados. Com a moeda americana valorizada, eles chegam ao país mais caros.
A consequência de uma maior pressão inflacionária é uma esperada redução no ritmo – ou mesmo, uma freada total – da queda da taxa básica de juros do país, a Selic, hoje fixada em 10,75% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).
Com os juros altos, a economia tende a desaquecer. Os empréstimos mantêm-se ou tornam-se mais caros, o que reduz o consumo. A elevação dos juros também desestimula o investimento das empresas, o que tem repercussão tanto no nível do emprego como na renda dos trabalhadores.