Após Nicolás Maduro ter impedido a participação de opositores nas eleições presidencias da Venezuela em 28 de julho, os Estados Unidos (EUA) retomaram, nesta quarta-feira (17/4), as sanções ao petróleo e ao gás venezuelano, segundo informado pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
Os embargos haviam sido suspensos em outrubro de 2023, por 6 meses com prazo para esta quinta. A exigência imposta pelos EUA à Venezuela, no Acordo de Barbados, era um processo eleitoral mais democrático.
Segundo entrevista feita pelo New York Times, uma autoridade americana afirmou que “Maduro e seus representantes não cumpriram totalmente o espírito ou a letra do acordo” e que a “desqualificação de candidatos e partidos por questões técnicas e o que vemos como um padrão contínuo de assédio e repressão contra figuras da oposição e da sociedade civil”.
A autoridade, também, ressaltou que os EUA realizarão um “período de redução de 45 dias para transações relacionadas às operações do setor de petróleo e gás” para que “não provoque incerteza no setor global de energia”.
A quitação das transações pendentes até 31 de maio serão autorizadas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC). O rompimento do acordo impõe que as empresas que intentem negociar com Caracas precisem ter autorização de Washington por meio de “licenças específicas” advindas de uma avaliação minuciosa.
Na segunda-feira (15/4), o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que “não somos uma colônia de gringo. A Venezuela vai continuar sua marcha econômica”.
Pedro Tellechea, ministro do Petróleo da Venezuela, em respostas ao fim do acordo, disse que a indústria venezuelana “não vai parar” com o retorno das sanções dos EUA, pois em “nenhum momento deixamos de produzir, comercializar ou explorar nossas reservas. Não vamos parar com uma licença ou sem uma licença”.
O ministro também destacou que não serão os EUA os principais afetados pelos embargos.
“Quem estamos realmente afetando? Os Estados Unidos continuarão a ter acesso ao petróleo venezuelano, mas os europeus e os indianos possivelmente não terão essa possibilidade, e os asiáticos terão algumas dificuldades” e que “não reconhecemos as medidas contra a Venezuela. Recebemos muitos investidores, de quase todas as transnacionais, isso significa que as transnacionais continuarão a vir para a Venezuela”, argumentou.