Apesar da promessa de mais recursos, Planalto já adiantou que não haverá margem no orçamento para reajustes, uma das principais reivindicações dos grevistas
GUIDO JR./FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Professores, técnicos administrativos e alunos realizam manifestação no campus da UFAL, em Maceió
Em meio a uma greve que já se estende por mais de 50 dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou a iniciativa de agendar uma reunião com os reitores das universidades federais para a próxima segunda-feira (10). O objetivo dessa reunião é discutir e anunciar um conjunto de medidas destinadas a atender algumas das demandas dos docentes e técnicos em greve. Entre as ações esperadas, destaca-se a liberação de recursos adicionais para obras e o aumento das verbas de custeio destinadas às universidades e institutos federais, cujo orçamento atual de R$ 6,8 bilhões é considerado insuficiente pelos reitores para cobrir despesas essenciais.
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No entanto, apesar da promessa de mais recursos para custeio e infraestrutura, o governo já adiantou que não haverá margem no orçamento para atender a uma das principais reivindicações dos grevistas: o reajuste salarial. A proposta do governo, que contempla reajustes salariais diferenciados até 2026, não inclui previsão de aumento para o ano de 2024. Essa proposta tem gerado divisões entre os sindicatos dos professores, com alguns aceitando o acordo proposto pelo governo e outros ainda indecisos. Paralelamente, os técnicos administrativos seguem em negociações, com uma nova reunião agendada para discutir suas demandas. A greve nas universidades federais é parte de um cenário maior de descontentamento entre os servidores federais, com o governo contabilizando 20 greves apenas neste ano. A decisão do presidente Lula de intervir diretamente nas negociações, ultrapassando a esfera de atuação do Ministro da Educação, sinaliza a gravidade e a complexidade da situação.
*Com informações do repórter André Anelli