HÁ VINTE ANOS – O que Deus uniu, a política não deve separar

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Fidelidade nem sempre é um atributo positivo. No caso de Luciano Barbosa, a fidelidade a Célia Rocha custou-lhe o direito de ser candidato pelo PMDB a prefeito do município alagoano de Arapiraca.

Célia é a atual prefeita a quem Luciano desejava suceder. Os dois juraram que tiveram um namoro fugaz rompido há dois anos. Tanto que moram em casas separadas.

O juiz eleitoral João Luiz Azevedo Lessa, da 22ª Zona, não engoliu a desculpa, segundo a Gazeta de Alagoas. E escreveu a certa altura da sua sentença: “O impugnado e a prefeita são fiéis, não se tendo notícias de infidelidade do casal. Ambos se respeitam e dão exemplo de companheirismo”.

Pela lei, marido não pode suceder a esposa ou companheiro a companheira. O juiz decretou “não haver dúvida, sob hipótese alguma, da união estável” entre Luciano e Célia. E invocou até o testemunho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:

“A repercussão nacional (do caso de amor de Luciano e Célia) teve início na posse do impugnado como ministro da Integração Nacional do governo Fernando Henrique Cardoso, que, ao saudá-lo, parabenizou sua esposa, Célia Rocha, que se encontrava na plateia.”

O argumento final da sentença é demolidor: quando ministro, Luciano beneficiou a administração de Célia com o envio de R$ 20 milhões, “dinheiro que nenhum outro ministro enviou para o município de Arapiraca em período análogo”.

Pronto. Luciano e Célia já podem voltar a viver juntos. O amor triunfou. A política perdeu.

(Publicado aqui em 11 de agosto de 2004)

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