O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes convocou, nesta terça-feira (19/11), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, para prestar depoimento às 14h de quinta-feira (21/11) na Corte.
Nesta terça, Mauro Cid esteve na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para prestar esclarecimentos. Ele foi questionado se sabia de um plano para assassinar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. O militar negou conhecimento. Contradições neste depoimento, conforme apontou a PF, levaram Moraes a fazer a convocação.
A intimação para que Mauro Cid prestasse esclarecimentos na Polícia Federal nesta terça veio após a deflagração da Operação Contragolpe, que apura o plano para assassinar Lula e outras autoridades da República.
Além do presidente da República, pelo plano, seriam sequestrados e mortos o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Cid permaneceu no prédio da PF por mais de três horas nesta terça. O objetivo foi tentar descobrir se ele, ao realizar a colaboração, omitiu informações a respeito da trama assassina. A suspeita surgiu após a investigação recuperar arquivos que tinham sido deletados de aparelhos eletrônicos do ex-ajudante de Bolsonaro.
A ação dos investigadores no âmbito da Operação Contragolpe cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três de busca e apreensão e 15 medidas cautelares. As medidas foram realizadas no Rio, em Goiás, no Amazonas e no Distrito Federal. Os alvos eram quatro militares de altas patentes do Exército e um policial federal.
São eles: general da reserva Mário Fernandes, tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, major Rafael Martins de Oliveira, major Rodrigo Bezerra Azevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Delação premiada em xeque
No despacho, Moraes afirma que o objetivo da convocação é para que Mauro Cid apresente esclarecimentos aos termos da colaboração. “Regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade”, cita o ministro.
O ex-ajudante de Bolsonaro firmou um acordo de delação premiada, em setembro de 2023, no qual se comprometeu a entregar informações em troca de uma redução na pena. Ele é um dos investigados em um inquérito que apura a preparação de um suposto golpe de estado. A defesa de Mauro Cid sustenta que ele tem cumprido todas as exigências firmadas no acordo.