Eleito vice-prefeito de Feira de Santana, o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) mantém em suspenso a decisão sobre a renúncia da cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) para assumir o cargo na segunda maior cidade da Bahia. No entanto, parlamentares do entorno consideram improvável a saída dele para ser vice-prefeito, já que existe uma articulação nos bastidores para viabilizar uma licença que permita Pablo se tornar secretário na gestão de José Ronaldo (União).
Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) da Bahia, que amplia a licença para deputados estaduais assumirem secretarias em cidades com mais de 500 mil habitantes, tem sido a alternativa discutida para abrir espaço para o pleito de Pablo Roberto. Atualmente, tal licença é permitida apenas para cargos de escalões superiores na esfera federal, estadual e em Salvador.
A medida carece de apoio de mais parlamentares e esbarra na base aliada do governo, que não se mostrou disposta a beneficiar o tucano de Feira, especialmente após o “namoro” que Pablo manteve com a candidatura de Zé Neto (PT) antes de retirar a candidatura a prefeito e incorporar o projeto de retorno de José Ronaldo ao comando da capital do interior da Bahia. “Ele vai ter que negociar com o governo”, afirmou um deputado, ao Bahia Notícias, em tom de galhofa.
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Outro tucano que acompanha de longe as intenções de Pablo Roberto indica que a preocupação dele é que o prefeito José Ronaldo o coloque em uma posição discreta demais — uma espécie de vice decorativo —, escondendo-o na gestão e inviabilizando a promessa de apresentá-lo como candidato do grupo no futuro. O acordo com Paulo Câmara, primeiro suplente na AL-BA, seria a parte menos traumática para ser cumprido — e aconteceria independente da renúncia ou da licença em caso de a PEC vingar.
A hipótese mais desejável por ele, conforme relatos de bastidores, é que Pablo viabilize a PEC para não perder a base eleitoral em Feira de Santana, cidade que o projetou para a Assembleia, após não cumprir a expectativa entre os eleitores de que ele seria vice-prefeito. A escolha do parlamentar é mantida em sigilo e ele tem dado sinais cruzados sobre o futuro político.