Semana sim, outra também, jornalistas publicam que “ministros do STF avaliam”, “pensam” e “dizem” isso ou aquilo sobre inquéritos e processos de Jair Bolsonaro, sempre na condição de anonimato. Só os jornalistas estão no seu papel.
Neste momento, segundo a jornalista Bela Megale, ministros do STF avaliam que é mínima a chance de o colega Alexandre de Moraes liberar o passaporte do ex-presidente para ele comparecer à posse de Donald Trump, em Washington.
Uma das razões é que Jair Bolsonaro e seus aliados fariam “grande barulho com a presença na posse nos Estados Unidos” para “tentar emplacar na comunidade internacional a narrativa de perseguição política”.
O outro motivo que “dificulta o ambiente para o debate da presença de Bolsonaro na posse seria a mudança de política de checagem da Meta, que controla Facebook, Instagram e Whatsapp, o que facilita a disseminação de fake news”.
Nada disso é legalmente aceitável para reter o passaporte de ninguém. Passaportes são apreendidos e conservados pela Justiça apenas para impedir a fuga de investigados do país. Qualquer causa que vá além desse risco adentra o terreno da arbitrariedade pura e simples.
Para evitar dar o passaporte a Jair Bolsonaro, empurrando a novela com a barriga da PGR, a quem caberá dar parecer sobre o tema de grande interesse nacional, exigiu-se que o ex-presidente provasse que recebeu mesmo o convite de Donald Trump. Ninguém precisa emplacar narrativa nenhuma nos Estados Unidos, convenhamos. Mesmo que venham a liberar o passaporte, ele já foi carimbado.
O que fica difícil de entender é porque não dão uma boa acelerada no devido processo legal de única e suprema instância. Receio de incendiar o país? Não vai pegar fogo, não, está tudo dominado.
Seria menos desgastante para a Justiça brasileira que o ex-presidente pegasse cana logo, uma vez que vão fazer isso de qualquer jeito. Jair Bolsonaro já foi condenado de antemão pelos ministros do STF que avaliam, pensam e dizem isso ou aquilo, sempre na condição de anonimato, embora todo mundo saiba quem são.