Mudar radicalmente a gestão em áreas essenciais como saúde, educação, segurança pública e geração de empregos. Foi essa uma das principais promessas detalhadas pelo candidato ao governo da Bahia e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), nesta sexta-feira (29) durante evento no Centro de Convenções, em Salvador.
O documento apresentado tem o total de 200 páginas e teve cada um dos seus 11 eixos de atuação detalhados pelo próprio candidato. Líder nas pesquisas de intenção de voto, ACM Neto falou a uma plateia diversa e atenta, e apresentou também o que chama de “novo jeito de ver a Bahia”, que tem como pilares os “Governos Regionais” e o “G100” – que prevê investimentos imediatos nos 100 municípios baianos com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).
O candidato fez questão de citar também os princípios que devem basear sua gestão, caso seja eleito, entre os quais estão o compromisso com o equilíbrio das contas públicas – não gastar mais do que arrecadar -, momento em que também fez uma aceno ao setor produtivo, garantindo que o aumento da carga tributária está fora das estratégias para alavancar o Estado; excelência administrativa, adaptando para a realidade da Bahia as principais práticas de crescimento e eficiência de gestão utilizadas no mundo, assim como o “governo digital”, com a finalidade de expandir a oferta de serviços públicos em ambiente online.
“O nosso objetivo é transformar a Bahia em um dos estados mais competitivo, mais favoráveis ao investimento de todo o Brasil. Compreendendo que há uma nova fase econômica no planeta. Compreendendo que é preciso romper com as visões tradicionais. Compreendendo os rumos dessa nova oportunidade econômica no mundo e, é claro que, para isso, toda estratégia econômica do governo tem que estar ligada à inovação, ciência e tecnologia”, afirmou.
Áreas essenciais
Logo no início de sua detalhada apresentação, ACM Neto criticou resultados que, segundo ele, ficarão como o legado do PT após 16 anos à frente do governo, como o último lugar na avaliação da educação, os entraves na saúde – principalmente na fila da regulação – e a permanência da pobreza e da miserabilidade espalhadas na capital e no interior. Como perspectiva de mudança, explicou sua proposta de trabalho com base em planejamento, objetivos, metas e prazos.
É nesta perspectiva que se inserte os denominados Governos Regionais, que têm como proposta central o olhar individual para as potencialidades gargalos e capacidade de desenvolvimento de cada região do estado. Os Governos Regionais vão acompanhar a execução das iniciativas desenhadas no planejamento. “Nós queremos, não só descentralizar os serviços, mas também decisões que muitas vezes podem ser tomadas na ponta de forma muito mais ágil, rápida, e de acordo com as necessidades de cada região. Nós vamos assegurar proximidade, e os Governos Regionais terão papel fundamental nisso”, disse. De acordo com o plano de governo ora detalhado, as regiões Oeste e Extremo Sul serão as duas primeiras a receber as unidades administrativas.
Para a área educacional, ACM Neto pretende revitalizar o investimento em todas as etapas do ensino, da creche à universidade. O plano descreve ainda a criação de um Fundo Estadual de Educação – amparado por montantes do precatório do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e recursos próprios -, ensino de tempo integral para todo o ensino médio, que será também turbinado pelo conceito de empregabilidade. A área de educação será turbinada ainda com a criação de um prêmio em dinheiro para os municípios que mais avançarem nos critérios de avaliação, ampliação da conectividade – distribuição de tablets aos estudantes – e reestruturação do ensino técnico profissionalizante. Para complementar a renda das famílias de menor renda e garantir a permanência do estudantes nas salas de aulas, será criado também o auxílio financeiro denominado “Mães da Bahia”.
Para a saúde, a principal ação é um novo modelo para a regulação de pacientes, levando em consideração o uso mais eficiente de ferramentas tecnológicas que facilitem a organização e visão macro de todo o sistema. A inspiração que poderá ser aplicada na Bahia é a CROSS, modelo utilizado pelo estado de São Paulo. Um dos objetivos da reestruturação do sistema é zerar a fila para atendimentos de emergência, como partos e infarto. A gestão pretende ainda ampliar a parceria com filantrópicos e unidades particulares de saúde.
A construção de hospitais regionais é também parte das ações para o setor, assim como o investimento estadual em hospitais municipais, de forma a permitir sua oferta de atendimento para um conjunto de municípios. Neto citou também, dentro do plano de investimento em saúde, a criação de Centros Regionais de Atendimento a Dependentes Químicos.
Na segurança pública, um dos principais gargalos da atual gestão, o candidato prometeu se comprometer pessoalmente com a questão, “redesenhando estratégias organizacionais e de inteligência, recompondo e valorizando a tropa, realizando um sistema de esforços cooperativos entre as polícias e a sociedade, com ações focadas na prevenção e repressão ao crime, em todos os níveis e com a máxima amplitude”.
A lista de ações para a área prevê presídios de segurança máxima, com bloqueador de sinal para meios eletrônicos, visitas em parlatório, audiências através de videoconferências, além de concursos para aumentar o efetivo policial, uso cada vez maior de inteligência e tecnologia, mudanças no Disque Denúncia.
Para ampliar a geração de emprego, Neto se baseia na busca do elemento principal de força econômica de cada região e de cada setor. Para o desenvolvimento da economia, o candidato aponta uma série de propostas para áreas como agricultura familiar; inovação, ciência e tecnologia; indústria, agricultura e pecuária; mineração; comércio e serviços; turismo; economia do mar; e capacitação profissional.
“Eu espero, daqui a quatro anos, ser lembrado como o governador que trouxe solução para os problemas que são essenciais à vida das pessoas. Não como um governador que saiu construindo uma obra aqui e outra acolá. E a gente não muda a vida das pessoas na propaganda. E o que a gente quer? A gente quer gerar emprego. A gente quer dar oportunidade para os baianos. Eu não tenho dúvida que a melhor política social é a geração de emprego, é fazer o Estado crescer”, salientou o candidato.
A área da habitação terá como uma das principais propostas o “Morar Melhor Bahia”, que tem inspiração no programa idealizado por ACM Neto em Salvador para reformar casas de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Na infraestrutura, ele aponta propostas para diversas áreas, como mobilidade e logística, meio ambiente, saneamento básico e energias limpas.
Para a Cultura, ACM Neto ressalta que o desafio será tornar a Bahia um dos mais importantes ecossistemas de cultura do mundo. O candidato prometeu turbinar a economia criativa, promovendo a exportação das culturas locais e criando, ao mesmo tempo, a expansão da geração de empregos. Citou também uma reestruturação do Irdeb, além da manutenção de ferramentas tradicionais de apoio à cultura, como os editais temáticos. A criação e elaboração de novos usos aos atuais espaços culturais existentes, somado a um calendário cultural que valorize as manifestações e vocações de cada região também constam no programa.
