InícioEditorialPolítica Nacional‘Ainda não entrei contra privatização da Eletrobras, mas pretendo entrar’, diz Lula

‘Ainda não entrei contra privatização da Eletrobras, mas pretendo entrar’, diz Lula

Em entrevista coletiva em Londres, para onde viajou a fim de participar da coroação do rei Charles III, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado sobre uma ação que pediria a revisão da privatização da Eletrobras. O petista fez questão de salientar que ainda não procurou a Justiça, mas o fará. “Eu não entrei contra a privatização da Eletrobras, eu ainda pretendo entrar”, disse. Segundo ele, os processos movidos até o momento questionam apenas o fato de o governo ter um direito a voto inferior à sua participação na companhia que foi privatizada no ano passado. Lula disse que não concorda com os termos colocados à época da operação, que estabelecem valores elevados para uma reestatização da companhia, e sinalizou que não considera justo o governo ter 43% da empresa, mas estar limitado a 8% dos votos. “Pense se é possível uma coisa dessa.”

Além disso, o presidente questionou os valores pagos aos dirigentes e conselheiros da empresa, que reajustaram os vencimentos em mais de 3.576%. “Os diretores aumentaram seus salários de R$ 60 mil por mês para mais de R$ 360 por mês, e um conselheiro para fazer uma reunião ganha mais de R$ 200 milhões. Não é possível, num país em que 33 milhões de pessoas passam forme, vivermos numa situação como essa”. Na época do reajuste, o presidente da estatal, Wilson Ferreira Júnior, havia dito que o aumento nos salários seria justificável porque encontrava comparativos com qualquer empresa privada do mesmo porte, e que as remunerações estavam congeladas desde 2015

Ontem, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o poder de voto que o Estado tem na Eletrobras. A ação, porém, não reivindica a reestatização da empresa, objetivo de outras ações que tramitam na Justiça no momento. O governo pede que essa restrição seja suspensa até o julgamento do processo pelo STF. A justificativa do pedido é de que a limitação do voto “é uma afronta aos princípios constitucionais de razoabilidade, proporcionalidade, impessoalidade, da moralidade e da eficiência da administração pública”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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