As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) revelaram que os criminosos responsáveis por um dos maiores furtos de armas da história da capital do país montaram uma operação digna de filme de ação para cometer o crime em uma loja de armamentos na QNM 17, em Ceilândia.
Para invadir o estabelecimento, os bandidos abriram um buraco na parede da loja vizinha e conseguiram acessar a sala-cofre onde ficava o arsenal. Das 100 armas furtadas, 60 eram de cano longo.
As diligências preliminares detectaram que o estabelecimento vizinho, por meio do qual os bandidos conseguiram acessar a loja de armas, havia sido alugado recentemente. Todo o sistema de monitoramento por câmeras também foi levado pelos criminosos.
Além disso, no último fim de semana, pessoas não identificadas teriam tentado entrar no comércio, mas testemunhas acionaram a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e os suspeitos fugiram.
A Coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou que alguns Colecionadores de armas de fogo, Tiro Desportivo e Caça (CACs) que haviam acabado de comprar pistolas tiveram os armamentos levados. Os proprietários também procuraram a polícia para registrar o furto.
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Crime demorou para ser descoberto O proprietário do estabelecimento, situado na região entre Taguatinga e Ceilândia, teria fechado o comércio, no sábado (8/6). Na segunda-feira (10/6), descobriu que o local havia sido arrombado. A PMDF intensificou o patrulhamento na área.
O Comando Militar do Planalto informou, por meio de nota, que a loja Delta Guns “opera regularmente e possui todas as licenças necessárias para a comercialização de armamentos e demais produtos controlados”.
“Ressaltamos que a loja foi alvo de uma fiscalização durante a Operação Controle II, realizada no período de 3 a 7 de junho de 2024, e nenhuma irregularidade foi encontrada na ocasião. Nesta terça-feira (11/6), uma nova equipe de fiscalização foi enviada ao local para realizar uma nova inspeção adicional e demais diligências”, diz a nota.
De grande porte, o furto do arsenal é apurado pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri).
Porte ilegal de armas O proprietário da loja, que teve um arsenal de mais de 100 armas, inclusive fuzis e pistolas, furtado, consta como alvo de um inquérito policial por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido em 2022.
O comerciante de armas chegou a ser indiciado pelo delito previsto no artigo 14 da Lei Nº 10.826, que estabelece o estatuto do desarmamento. Apesar disso, o indiciado, assistido por advogado aceitou proposta de acordo de não persecução penal formulada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O homem se comprometeu a pagar a prestação pecuniária no valor de R$ 2 mil, que foi repassada para uma associação de reciclagem de lixo, e a participar de palestras.
Após comprovar as ações, a 2ª Vara Criminal de Ceilândia julgou extinta a punibilidade do proprietário da loja de armas. Sendo assim, não foi aberto um processo judicial e ele não pode ser novamente punido pelo delito.
Além disso, o nome do homem aparece também como autor do crime de ameaça. O processo foi iniciado neste ano e ainda está em andamento na Justiça do Distrito Federal.
O Metrópoles foi até a loja nessa terça-feira (11/6), mas o dono do estabelecimento preferiu não conversar com a imprensa.