As mulheres que usam métodos contraceptivos hormonais e tomam analgésicos correm um risco ligeiramente maior de desenvolver coágulos sanguíneos, segundo um estudo publicado nessa quarta-feira (6/9) no British Medical Journal (BMJ).
Os pesquisadores do Hospital Universitário de Aarhus, na Dinamarca, afirmam que, embora o risco seja baixo, as pacientes devem ser informadas sobre os perigos de misturar os contraceptivos com anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) como o ibuprofeno, usados frequentemente para aliviar dor e febre.
“As mulheres que necessitam de contracepção hormonal e uso regular de AINEs devem ser aconselhadas adequadamente”, afirmam os autores do artigo.
A formação de coágulos sanguíneos é perigosa porque eles podem se alojar em órgãos vitais, como o pulmão, causando problemas respiratórios e cardíacos.
Uso de anticoncepcionais e analgésicos Os pesquisadores avaliaram os registros médicos de aproximadamente 2 milhões de mulheres com idades entre 15 e 49 anos que moraram na Dinamarca entre 1996 e 2017. Elas não tinham histórico de coágulos sanguíneos, câncer, histerectomia ou tratamento de fertilidade.
O objetivo era rastrear a incidência de diagnósticos de tromboembolismo venoso, os coágulos sanguíneos.
Durante o período, ocorreram 8.710 casos de coágulos venosos – sendo 2.715 embolias pulmonares e 5.995 tromboses venosas profundas –, com 228 mortes nos 30 dias após o diagnóstico.
Os cientistas observaram que 529.704 mulheres presentes no estudo faziam uso de contracepção hormonal e tomavam anti-inflamatórios não esteróides, sendo o ibuprofeno o mais frequente (utilizado por 60% delas), seguido pelo diclofenaco (20%) e o naproxeno (6%).
O risco de desenvolver coágulos sanguíneos era maior entre as que usavam ibuprofeno, diclofenaco e naproxeno enquanto tomavam pílulas anticoncepcionais combinadas com estrogênio e progesterona de terceira ou quarta geração.
Corriam um risco moderado aquelas que usavam outros contraceptivos orais combinados. Por outro lado, o risco foi baixo ou nenhum em mulheres que usavam pílulas que continham apenas progestagênio, ou implantes e DIU (dispositivo intrauterino).
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