Em um comunicado enviado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo brasileiro está trabalhando para baixar a inflação no país, o que deve levar, segundo ele, a uma “acomodação” da taxa básica de juros da economia.
O comunicado foi divulgado pelo Ministério da Fazenda nesta terça-feira (11/4). A mensagem de Haddad foi enviada no âmbito das reuniões de primavera entre o FMI e o Banco Mundial, que acontecem em Washington.
Haddad não participará dos encontros porque acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na comitiva que vai à China.
Na mensagem ao FMI, o ministro da Fazenda cita a proposta do novo arcabouço fiscal, que deve substituir o teto de gastos. Embora o projeto tenha sido apresentado à opinião pública, o texto final ainda é desconhecido e não foi encaminhado ao Congresso – o que deve ocorrer nos próximos dias.
“Com o aumento da confiança no quadro fiscal e uma trajetória de consolidação fiscal afetando consistentemente as expectativas de inflação e ancorando-as mais perto da meta no horizonte relevante, haverá espaço para acomodação da taxa básica de juros”, escreveu Haddad.
Ao fazer um balanço sobre os primeiros 100 dias do governo Lula, o ministro destacou a importância da “sustentabilidade fiscal” do país.
“Nesses primeiros três meses, passamos a priorizar as necessidades imediatas de gastos e revertemos algumas isenções fiscais, inclusive sobre combustíveis, que haviam sido concedidas no ano passado. O objetivo geral é trazer os pobres para o orçamento e os ricos para o sistema tributário”, escreveu.
“O governo provou seu firme compromisso de garantir a estabilidade macroeconômica em um ambiente desafiador, ao mesmo tempo em que cria espaço para cumprir uma agenda ampla”, prosseguiu Haddad.
“Inicialmente, a principal prioridade é manter a sustentabilidade fiscal e da dívida, ao mesmo tempo em que se fortalecem os programas sociais e o apoio aos mais pobres. O governo está lidando com importantes demandas sociais reprimidas que precisam ser tratadas com responsabilidade fiscal.”
Reforma tributáriaNo comunicado ao FMI, Fernando Haddad também citou a reforma tributária, considerada prioritária pelo governo brasileiro em 2023.
“A reforma tributária prevista inclui uma revisão abrangente dos gastos tributários para abordar as características perversas e regressivas de nosso regime tributário e combater a captura do Estado”, escreveu o ministro.
“Embora não seja uma panaceia, a reforma tributária será um grande passo para estabelecer um sistema mais simples e justo que aumentará a eficiência da economia”, concluiu.