InícioNotíciasPolíticaApexBrasil rompe com empresas ligadas a caso de trabalho escravo no RS

ApexBrasil rompe com empresas ligadas a caso de trabalho escravo no RS

Nesta terça-feira (28/2), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) informou que suspendeu a participação das vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi e Salton de suas atividades, por envolvimento em caso de trabalho análogo à escravidão.

“A ApexBrasil suspendeu a participação das três empresas em quaisquer iniciativas apoiadas pela agência, como feiras internacionais, missões comerciais e eventos promocionais, até que as investigações das autoridades competentes sejam concluídas”, disse a ApexBrasil em nota obtida pelo Metrópoles.

A agência atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. As três vinícolas participavam do projeto Wines of Brazil, que ocorre em parceria com a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).

A ApexBrasil afirma que cobrou esclarecimentos à Uvibra, com prazo de até 48 horas para a resposta, a respeito de medidas internas já adotadas pelas empresas, “bem como ações que serão tomadas para mitigar os riscos de conformidade e integridade nas suas cadeias de fornecedores e prestadores de serviços”.

“A ApexBrasil repudia qualquer ato de violação aos direitos humanos e trabalhistas, conforme diretrizes e normas internas de integridade, expressas em seu Estatuto Social, Código de Ética e Programa de Compliance”, finaliza.

O casoA decisão ocorre após a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério do trabalho e Emprego (MTE) resgatarem mais de 200 trabalhadores em situação análoga à escravidão em vinícolas em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Os trabalhadores eram funcionários da empresa terceirizada Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA, contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e a Cooperativa Garibaldi, que produzem vinhos e espumantes conhecidos no mercado nacional e internacional.

O caso foi denunciado por um grupo que conseguiu fugir e procurou a PRF, em Porto Alegre. Os trabalhadores denunciaram que eram expostos a jornadas das 5h às 20h e que eram alimentados com comida estragada. Além disso, teriam sido obrigados a comprar produtos alimentícios superfaturados.

Segundo o gerente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Vanius Corte, mesmo afirmando não saber da situação, os empreendimentos podem ser responsabilizadas pelo pagamento dos direitos trabalhistas. A informação foi dada em entrevista ao programa Timeline da Rádio Gaúcha.

Além disso, as vinícolas foram incluídas na investigação sobre o caso, pois têm a obrigação de fiscalizar quem são as pessoas contratadas de forma terceirizada. Corte citou que produtores rurais que têm relação com o agenciador serão investigados e que é preciso ficar atento quando a mão de obra for ofertada mais barata do que de costume.

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