Um ato reuniu manifestantes na Lapa, região central do Rio, na tarde deste domingo, 26, para pedir justiça pelas mortes do jornalista britânico Dom Phillips e o do indigenista Bruno Pereira, assassinados no Amazonas. O protesto reuniu cerca de 50 pessoas nos Arcos da Lapa, antigo aqueduto que é um dos cartões postais do Centro da capital fluminense.
Vestidos de verde e empunhando cartazes, os manifestantes lembraram as mortes de Dom e Bruno, do líder seringueiro Chico Mendes, assassinado no Acre na década de 1980, e pediram providências contra os crimes contra os povos indígenas.
“Eu não aceito que outro jornalista como Dom morra, como aconteceu. Isso não pode se repetir”, diz Victor Silva, jornalista freelancer.
A indígena Tereza Kaiowá lembrou que os povos indígenas estão sendo alvo de ataques na Amazônia e em outras regiões do País por causa de disputas por terra.
“Querem tirar nossos direitos aos nossos territórios. A não demarcação gera a criminalidade. Nós viemos fazer uma homenagem ao Dom e ao Bruno, mortos por defender a floresta”, disse.
Os ativistas estenderam uma bandeira com os rostos de Dom e Bruno nos Arcos da Lapa e participaram de uma ação para protestar contra as mortes do jornalista, do indigenista e contra os crimes ambientais nas florestas do país.
Mais cedo neste domingo, 26, familiares e amigos de Dom se reuniram no cemitério Parque da Colina, em Niterói, região metropolitana do Rio, para se despedir do jornalista.
O velório foi acompanhado pela família brasileira e britânica do jornalista, além de amigos e ativistas. Alessandra agradeceu ao empenho dos envolvidos nas buscas dos corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira, à imprensa e aos povos indígenas.
Pereira e Phillips percorriam a região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas. Pereira orientava moradores da região a denunciar irregularidades cometidas em reserva indígena e o jornalista estrangeiro acompanhava o trabalho para registrar em livro que pretendia escrever.