Um ato bolsonarista neste domingo (1) em Brasília reunia faixas com pedidos de destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), além de críticas à esquerda, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) chegam pela Esplanada dos Ministérios.
O mote do ato foi a defesa do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que foi condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo por ataques à democracia, mas recebeu perdão presidencial. O parlamentar, contudo, deve participar de manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro, de acordo com aliados.
Apoiadores de Bolsonaro circularam pela manifestação, em frente ao Congresso Nacional, enrolados em bandeiras do Brasil e com camisetas com frases como Meu partido é o Brasil, Deus, Pátria e Liberdade e Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos. Nos carros de som, pediram o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Fora, Xandão”, gritaram. Uma das faixas que foram colocadas no local pede “criminalização do comunismo e destituição dos ministros (do STF)”.
Por volta das 10h, havia três trios elétricos no local. Organizadores do ato chegaram a discutir porque estavam falando ao mesmo tempo em carros de som diferentes. Um deles é o youtuber e empresário João Salas, que, em entrevista ao Estadão/Broadcast ontem admitiu que parte dos manifestantes pediria a saída dos ministros do STF, mas se posicionou contra.
Aliados de Bolsonaro aconselharam o presidente a não ir ao ato para evitar uma escalada do conflito com o Supremo. A avaliação era de que o chefe do Executivo teve ganhos políticos ao confrontar o STF no caso Silveira e agora é preciso baixar a temperatura da crise. Em um carro de som, foi anunciada a presença da deputada Bia Kicis (PL-DF).
Ainda assim, Bolsonaro fez uma rápida passagem pelo ato, por volta das 11h30. Ele fez uma caminhada, cumprimentando apoiadores. Ficou cerca de dez minutos no local e retornou ao Palácio da Alvorada, onde mora, com o comboio de carros oficiais.
Era esperado que o presidente subisse em um dos carros de som, que havia sido preparado para ele, mas Bolsonaro saiu sem falar.
Baianos também se reuniram nesta manhã no Jardim de Alah, em apoio ao presidente.