É celebrado nesta terça-feira (2) o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, e não é à toa que a condição está sendo mais discutida nos últimos anos. Segundo o relatório CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), publicado em março de 2023 e divulgado a cada dois anos, 1 em cada 36 crianças aos 8 anos é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A partir da pesquisa do Censo de 2022 (realizada a cada 10 anos pelo IBGE) podemos estimar a população brasileira em 203.080.756 pessoas. Com isso, teríamos 5.641.132 autistas no Brasil. Esse número representa um aumento de 22% em relação ao relatório anterior, feito em 2018, que estimava 1 em cada 44 crianças apresentava TEA neste período.
Apesar do aumento evidente, ainda não foi apontado nenhum motivo isolado para o crescimento de casos de autismo. A principal explicação é a maior conscientização sobre a condição. Isso inclui pais, professores e pediatras mais informados para levantar as primeiras suspeitas, mais facilidade ao diagnóstico e o desenvolvimento do conhecimento médico e científico sobre o tema. Outro fator é que os critérios para o diagnóstico do TEA foram ampliados nos últimos anos, o que engloba um número maior de pessoas.
Atualmente, há equipes mais preparadas e pesquisas com maiores evidências. No Brasil, laboratórios de pesquisa no país contribuem para o desenvolvimento de pesquisas que ajudam a desvendar as origens do TEA. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conta com o Laboratório de Estudos e Extensão em Autismo e Desenvolvimento (LEAD), assim como a Universidade Federal da Bahia (UFBA), que gerencia o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Autismo (LABIRINTO). Embora a evolução do diagnóstico tenha evoluído, ainda é impreciso. Nem mesmo um exame genérico é capaz de afirmar com precisão a incidência da síndrome.
Como é feito o diagnóstico?
É comum que o diagnóstico de autismo seja feito antes dos três anos por um conjunto de profissionais da saúde como psicólogos, psiquiatras, neuropsicólogos e entre outros, com base em observações minuciosas das crianças, conversas com os responsáveis e aplicação de instrumentos específicos. É fundamental que os pais estejam atentos aos sintomas e que busquem orientação profissional em caso de suspeitas.