InícioNotíciasPolíticaBarroso vota por obrigar União a criar plano de intervenção em prisões

Barroso vota por obrigar União a criar plano de intervenção em prisões

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, reconheceu um “estado de coisas inconstitucional” ao analisar problemas latentes no sistema prisional brasileiro. Barroso foi o primeiro a votar a questão em sessão desta terça-feira (3/10).

O ministro votou para que a União elabore um Plano Nacional de intervenção no sistema prisional, com prazo de 6 meses para apresentação e 3 anos para execução. Veja prazos lidos pelo ministro:

de até 6 meses para apresentação do Plano Nacional de Enfrentamento do Problema Carcerário, elaborado pela União e de até 3 anos para sua execução; de até 6 meses para apresentação dos planos estaduais e distrital. O STF analisa em plenário ação que trata de violações de direitos no sistema prisional brasileiro. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347 é um pedido para que seja reconhecido o “estado de coisas inconstitucional” do sistema penitenciário e determinada a adoção de diversas providências no tratamento da questão no país.

O conceito de “estado de coisas inconstitucional (ECI)” foi desenvolvido pela Corte Constitucional colombiana, que, reconheceu sua existência diante de quadros de violação massiva e generalizada de direitos e garantias fundamentais, por ação e omissão de diversos órgãos públicos responsáveis por sua tutela.

Em seu voto, Barroso citou estudo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre o sistema carcerário, que aponta superlotação e insalubridade das penitenciárias brasileiras, além da retenção de presos além das penas que deveriam cumprir e da entrada indevida de apenados no sistema.

prisão

Homem preso PCDF/Divulgação

prisão

Cadeias são superlotadas no Brasil Reprodução

Cadeia

Homem na prisão Getty Images

Sete detentos fogem de cadeia pública do Sertão da Paraíba

Sete detentos fogem de cadeia pública do Sertão da Paraíba Reprodução / Hora do Vale

O relator da ação, ministro aposentado Marco Aurélio Mello, já tinha votado no caso. Quando a Corte analisou o caso, em 2015, o “estado de coisas inconstitucional” foi reconhecido em uma decisão liminar. Agora caminha para o reconhecimento no mérito. Até o momento, votaram com Barroso e Marco Aurélio, os ministros Cristiano Zanin e Nunes Marques.

Ação A análise em plenário será em sessão extraordinária, convocada pelo presidente. Trata-se de pedido do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) para que seja determinado ao governo federal a elaboração de um Plano Nacional que possibilite a superação do que a legenda chama de “graves violações aos direitos fundamentais dos presos em todo o país”.

Alguns dos pontos a serem resolvidos são:

redução da superlotação dos presídios; contenção e reversão do processo de hiperencarceramento existente no país; diminuição do número de presos provisórios; adequação das instalações e alojamentos dos estabelecimentos prisionais aos parâmetros normativos vigentes, no que tange a aspectos como espaço mínimo, lotação máxima, salubridade e condições de higiene, conforto e segurança; efetiva separação dos detentos de acordo com critérios como sexo, idade, situação processual e natureza do delito; garantia de assistência material, de segurança, de alimentação adequada, de acesso à Justiça, à educação, à assistência médica integral e ao trabalho digno e remunerado para os presos; contratação e capacitação de pessoal para as instituições prisionais; eliminação de tortura, de maus-tratos e de aplicação de penalidades sem o devido processo legal nos estabelecimentos prisionais; e adoção de medidas visando propiciar o tratamento adequado para grupos vulneráveis nas prisões, como mulheres e população LGBT. Voto de Marco Aurélio Mello Em 2015, seguindo o voto do relator, a Corte também determinou a realização das audiências de custódia em prisões em flagrante, com apresentação do preso a um juiz em até 24h; e a liberação de recursos acumulados no Fundo Penitenciário, com aplicação em melhorias no setor.

Em 2021, o mérito da ação começou a ser julgado, mas foi suspenso por pedido de vista de Barroso. Agora, a análise foi retomada.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Últimas notícias

Mauro Cid afirma que “pisou na bola” sobre áudios vazados

Em gravações, o tenente-coronel diz que foi “coagido” a delatar Bolsonaro e critica Moraes...

Governo Lula prorroga até junho uso das Forças Armadas em portos e aeroportos de RJ e SP

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil Forças Armadas no Porto do Rio de Janeiro 03 de...

Entorno: o que diz a lei sobre aumento de salários em ano eleitoral

Os municípios de Novo Gama e Formosa, no Entorno do Distrito Federal, aprovaram recentemente...

Enchente histórica em Porto Alegre afeta serviços públicos e deixa 4.000 residências sem água e luz

Com as chuvas intensas no Rio Grande do Sul, o rio Guaíba atingiu 4,58...

Mais para você