Mal chegou em terras baianas e o CEO do fundo de investimentos do City, Ferran Soriano, já caiu no compasso do tricolor. Um vídeo obtido pelo CORREIO, com exclusividade, mostra o dirigente dançando ao lado de Guilherme Bellintani. Juntos, eles caem do ritmo da música criada por Carlinhos Brown e Nizan Guanaes para essa nova era do Bahia.
O encontro musical aconteceu nesta quinta-feira (4) quando o CEO do fundo de investimentos do City participou de evento na Fonte Nova no qual explicou os caminhos que o clube vai seguir.
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A era City
Nesta quinta-feira (4), o CEO do fundo de investimentos, Ferran Soriano, participou de evento na Fonte Nova no qual explicou os caminhos que o clube vai seguir.
O diretor do City colocou o Bahia como o segundo maior clube do Grupo, atrás apenas do inglês Manchester, e exaltou a força do Esquadrão. Entre os temas abordados, Soriano falou sobre a captação e desenvolvimento de atletas. De acordo com ele, a entrada no futebol brasileiro foi estratégica pelo potencial de formação de jogadores. A ideia é a de que os talentos se desenvolvam e ganhem títulos com o Esquadrão.
“O grupo vê no Bahia e no futebol brasileiro a maior oportunidade de crescimento do mundo. Vai depender de nós e de outros clubes brasileiros fazer crescer a liga como merece. Do outro lado, na procura de talento. Nossa aspiração é encontrar talento na Bahia, que vai se desenvolver conosco, com a melhor tecnologia de treinamento do mundo para chegar até o top. Qual o top? Primeiro, chegar no Bahia e ganhar campeonatos com o Bahia. Mas também chegar na Europa”, iniciou.
“Mas, para ser claro, o objetivo não é encontrar talento e mandar para a Europa. O talento tem que jogar aqui, tem que ser campeão e, talvez, alguns deles irem para a Europa depois”, completou.
Ferran Soriano deixou claro que no médio prazo a ideia é estreitar as relações do Bahia com o povo baiano da capital e do interior. Ele acredita que o clube possui um mercado de 15 milhões de pessoas que pode ser explorado de diferentes formas.
Entre elas está a captação de jogadores. O diretor disse que ainda não decidiu qual será o futuro do Fazendão, antigo centro de treinamentos que chegou a ser colocado à venda, mas deixou claro que o Bahia vai fincar bases em Salvador, e anunciou que serão criadas academias de futebol do City na capital baiana.
Comitiva do Grupo City visitou escolinha de futebol no bairro do Uruguai (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) |
“Temos estudado as opções do Fazendão, do Centro de Treinamentos, as opções de campos que temos alugados na cidade, e queremos estudar mais. Não temos uma resposta ainda. É uma decisão importante e merece um tempo. Com certeza o que queremos é ter uma infraestrutura na Bahia, em Salvador, do mesmo nível que temos em outros lugares do mundo”, disse.
“O Grupo City tem o que chamamos de City Football Academy em Manchester, Nova York, Melbourne, estamos construindo uma em Palermo, e acabamos de comprar terrenos para construir uma em Girona. Esses centros de treinamentos vão estar ligados, vão compartilhar tecnologia, conhecimento e experiência. Vamos ter uma, ou várias, City Football Academy em Salvador, mas ainda não sei onde e como. Por enquanto o que temos no centro de treinamentos [em Dias D’Ávila] está muito bom. Investimos em outros clubes em que a situação era muito pior. Não temos urgência, por enquanto funciona, mas queremos revisar toda a situação e desenvolver uma estratégia para que em Salvador possamos ter umas dessas City Football Academy conectada com todas as outras do mundo”, completou.
Durante a passagem por Salvador, Soriano se reuniu com o prefeito Bruno Reis para discutir projetos envolvendo campos em bairros populares da cidade. A comitiva do City visitou uma escolinha de futebol no bairro do Uruguai. O grupo também se reunirá com o governador Jerônimo Rodrigues.
Já sobre a Fonte Nova, Ferran Soriano elogiou o estádio e afirmou que o Bahia está satisfeito com o atual mando de campo. Ele deixou aberta a possibilidade do tricolor assumir a gestão do equipamento em um futuro próximo. O atual contrato do consórcio que gere a Arena se encerra em 2028.
“Pensamos em tudo. As possibilidades estão abertas. Precisamos entender mais, falar com as pessoas envolvidas. Temos trabalhado juntos com Guilherme [Bellintani] e seu time. Só hoje que eu tenho a legitimidade de falar com as pessoas certas. O que posso dizer é que esse estádio é fantástico. Tem coisas a melhorar, mas é muito bom e estamos felizes de estar aqui”, se limitou.
Autossuficiência financeira
O contrato estabelecido entre Bahia e Grupo City prevê o aporte de R$ 1 bilhão no prazo de 15 anos. O dinheiro será usado no pagamento de dívidas, investimento em estrutura e compra de atletas. No entanto, Soriano afirma que o Bahia será autossuficiente na criação de receitas.
Ele conta que o clube terá à disposição toda tecnologia e conhecimento global do City. O processo de integração da equipe baiana com outras marcas do fundo será feito pelo peruano Raul Aguirre, novo CEO do Esquadrão.
“O clube tem que ser sustentável, tem que gerar receita para ser autossuficiente. Para fazer isso acontecer, o City vai trazer os recursos necessários. Tecnologia, pessoal , know-how e experiência. O grupo tem esse compromisso de trazer os recursos para ajudar o Bahia e temos aqui duas pessoas que vão ajudar a fazer isso. Carlos Santoro [diretor de futebol] tem nove anos trabalhando no Grupo City. Raul Aguirre é hoje o nosso CEO, vem com experiência e o objetivo inicial é integrar o Bahia ao Grupo na área comercial, financeira, marketing e tudo mais. Tenho total confiança nessas pessoas”, afirmou ele, completando que a expectativa é por um rápido crescimento:
“Queremos ritmo rápido de crescimento. Nossa prioridade é crescer esportivamente e economicamente. Se não crescermos a receita, não poderemos investir em jogadores”.
Disputa por títulos
Ferran Soriano foi questionado sobre quando o Bahia estará pronto para brigar por grandes títulos no futebol brasileiro e sul-americano, ele disse que não tem a resposta e pediu paciência com o processo que está sendo implantado.
“Não tenho resposta para isso. Não sei. Sei qual é o caminho. O caminho é ter um time competitivo para a Série A. Assisti aos últimos três jogos, e o time foi competitivo. Temos que ter um time consolidado na Primeira Divisão. Depois disso, vamos construindo passo a passo. Eu vejo o momento em que o time vai estar consolidado e participando das competições regionais [continentais]. Em quanto tempo, não sei”.
“O time vai precisar de mais tempo. Sei da impaciência do torcedor, sou torcedor também. Mas aprendi que a paciência é muito importante. Depois do jogo, pode estar contente ou não. Eu sei que, às vezes, passamos momentos difíceis. Eu sei que, no fundo, a torcida ama o clube. E se você ama o clube, tem que ser capaz de resistir. É pior do que já passou com rebaixamento e pandemia. Mas o clube sobreviveu”.