A alteração no arcabouço fiscal visa permitir ao governo antecipar a liberação de um crédito de aproximadamente R$ 15 bilhões; projeto segue para análise no plenário do Senado Federal
EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O DPVAT passará a se chamar SPVAT (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito)
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta terça-feira (7), por 15 votos a 11, o relatório do projeto de lei que recria o DPVAT e altera o arcabouço fiscal para permitir ao governo antecipar a liberação de um crédito de cerca de R$ 15 bilhões. Os senadores rejeitaram, em votação simbólica, uma emenda que tentava derrubar a mudança no arcabouço fiscal feita no relatório. O projeto segue, agora, para análise no plenário do Senado Federal, o que deve acontecer ainda hoje. A tendência é que a proposta seja aprovada e encaminhada à sanção presidencial.
O DPVAT passará a se chamar SPVAT (Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito). O relatório do senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado e principal articulador político do governo no Congresso, não contou com nenhuma alteração substancial em relação ao que foi aprovado na Câmara dos Deputados.
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A proposta foi levada adiante pelo governo com o principal objetivo de viabilizar um acordo político do Palácio do Planalto com siglas de centro e direita que orbitam ao redor do governo para retomar parte das emendas parlamentares de comissão.
Dos cerca de R$ 15 bilhões que serão liberados, R$ 3,6 bilhões devem ser destinados à recomposição de parte das emendas de comissão vetadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O restante ficará a cargo do Poder Executivo. Segundo o senador Jaques Wagner, a recriação do DPVAT, agora SPVAT, não tem nenhum condão do ponto de vista do governo de fazer caixa. “Não tem sentido arrecadatório para o governo. Tem o sentido de cobrir uma apólice pequena”, afirmou durante a votação.
O líder do governo no Senado se comprometeu que o presidente Lula vetará um dispositivo do texto que envolve a penalização para que estiver atrasado com o SPVAT. O presidente aceitaria vetar o dispositivo, incluído na Câmara dos Deputados e entendido como uma “penalização excessiva”. O compromisso seria uma forma de evitar que o texto seja alterado no Senado e enviado novamente à Câmara dos Deputados.
Wagner disse, ainda, que, segundo os cálculos do Ministério da Fazenda, o SPVAT custará de R$ 50 a R$ 60 por ano por contribuinte. Será uma forma de garantir um seguro mínimo a pessoas que não possuem seguros privados de seus automóveis.
*Com informações do Estadão Conteúdo