A inflação superior a 10% nos preços ao consumidor, nos últimos doze meses fez com que muitas famílias substituíssem produtos que costumavam comprar por similares mais baratos. Um exemplo é a troca de carne bovina por frango e ovos.
Esse é um dos dados apresentados pela Abras, a Associação Brasileira de Supermercados, que nesta quinta-feira (11) divulgou dados do setor de junho e do primeiro semestre de 2022. Quem comenta é o vice-presidente da entidade, Márcio Milan.
Também foram divulgados dados da variação de preços da cesta dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados. Entre os vilões do primeiro semestre, estão o leite, com aumento de quase 11%; e do feijão, que ficou 9,5% mais caro no período. Já a cebola, o tomate e a carne bovina dianteira ficaram um pouco mais baratos, com quase um por cento de redução. Já a cesta básica aumentou em 13% no primeiro semestre deste ano, e tem o preço mais alto na Região Sul: R$ 878. Já a Região Norte teve o menor valor, com R$ 691.
Apesar do aumento de preços, o setor está otimista para o segundo semestre, e a Abras estima um crescimento entre 3% e 3,5% no consumo até dezembro. Isso porque, segundo Márcio Milan, o aumento do valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, a partir de agosto, que deve injetar R$ 41 bilhões na economia até dezembro.
Outro reforço, segundo o dirigente, virá do pagamento do 13º salário para trabalhadores formais e servidores públicos, e ainda duas parcelas de restituição do imposto de renda, em agosto e setembro.
A Abras salienta ainda que, apesar da alta dos preços, o consumo nos lares cresceu 6,3% de janeiro a junho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021.
A recuperação do consumo das famílias se reflete também na criação de empregos, segundo a Abras. Foi relatada ainda a criação de 1,3 milhão de vagas em supermercados, de janeiro a junho deste ano.
Economia Brasília 11/08/2022 – 16:44 Leandro Martins – Repórter da Rádio Nacional consumo famílias inflação cesta básica quinta-feira, 11 Agosto, 2022 – 16:44 154:00