O circuito Osmar (Campo Grande), a mais tradicional passarela carnavalesca da capital baiana, reviveu dias de glória na folia momesca de 2023, provando que está vivo, pulsante e que tem a marca da diversidade cultural, étnica e artística de Salvador. Durante os seis dias de festa, garantiu a maior participação popular da história recente do Carnaval, afastando de uma vez por todas qualquer questionamento sobre a força da sua existência.
A atenção especial do poder público permitiu ao Carnaval do Centro mais de mil horas de música, majoritariamente gratuita e intensamente diversa. Queridinho dos amantes do samba, do pagodão baiano e dos blocos afros, o circuito Osmar subiu mais um nível este ano, atraindo um novo e jovem folião ávido pelo que há de mais contemporâneo na musicalidade.
Uma boa imagem da nova tendência foi a passagem da banda Baiana System, que arrastou uma multidão com sua peculiar junção da guitarra baiana ao sound system. Mas não somente. Iniciativas como o festival ‘Donas do Som’ e o ‘After Batekoo’ concentrados na Praça Castro Alves, também mostraram bem a cara do novo no mais antigo circuito. Nomes como Baco Exu do Blues, Pitty, Karol Conká, Attoxxa, Luedji Luna, entre outros, se misturaram ao mosaico rítmico que é o Carnaval de Salvador.
Pitty comemorou seu retorno à festa no principal circuito da festa (Foto: Otávio Santos/Secom) |
Responsável pela produção do ‘Donas do Som’, Fernanda Bezerra descreve bem o novo movimento: “O que a gente está tendo é a reocupação do Centro com a juventude. O circuito está sendo reinserido na memória afetiva da cidade”.
Para Bruno Reis (União Brasil), prefeito da capital, o circuito oferece ao folião uma festa “plural”. O verdadeiro carnaval plural pode ser visto no centro da cidade, do Carmo até a Castro Alves. É uma das experiências culturais mais ricas disponíveis no mundo: música, música, diversão, gente, cultura, informação tudo num lugar, para ver com os amigos, família, com acesso fácil, seguro e muito confortável”. A prefeitura colocou em ação o programa “Cole no Centro”, que preparou 12 palcos temáticos, com mais de 100 atrações de diferentes estilos musicais. A missão era reunir o chamado movimento alternativo soteropolitano e novas formas de consumo de música.
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