Organizada na véspera do primeiro turno das eleições parlamentares antecipadas na França, para as quais o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN, de extrema direita) é o favorito, a Parada Gay, ou Marcha do Orgulho, também é uma oportunidade para slogans políticos e discursos dirigidos a quaisquer personalidades ou partidos acusados de se oporem aos direitos LGBTQIA+.
Uma multidão jovem se reuniu ao meio-dia na Porte de la Villette, um distrito da classe trabalhadora no norte de Paris, entoando slogans como “vote pelos nossos direitos”, “coloque um pouco de brilho em sua vida”, “a luta é meu orgulho” e “contra a transfobia: transolidariedade”.
Esse último slogan também estava inscrito na faixa à frente da procissão, enquanto os organizadores dessa edição de 2024 pretendiam denunciar uma ofensiva transfóbica.
“Até agora, estávamos sofrendo com a ignorância, mas agora é o ódio direto”, disse Anaïs Perrin-Prevelle, diretora da OUTrans. “Em 2024, tivemos uma campanha antitrans sem precedentes”, acrescentou a ativista.
“O +pride+ é uma festa, mas antes da festa é um tumulto, raiva, em um contexto social e político muito sério”, enfatizou Mimi, copresidente da associação de apoio trans Acceptess-T.
Direitos ameaçados pela extrema direita Lily e Noah, duas irmãs de 16 e 20 anos que vieram da Normandia para a marcha, preferem permanecer anônimas porque sua mãe está preocupada: “Em nossa pequena cidade, é difícil se assumir como lésbica, mas aqui nos sentimos cercadas e seguras. Esta é a nossa primeira marcha e queremos exigir nossos direitos, que estão ameaçados”.
Os manifestantes também fizeram três minutos de silêncio por aqueles que morreram de Aids.
No início da passeata, de acordo com uma fonte policial, houve uma briga entre membros do serviço de segurança da passeata e militantes de ultradireita, mas ninguém ficou ferido. De acordo com uma fonte próxima ao caso, Mila, autora de vídeos controversos sobre o Islã, estava acompanhando o grupo de ultradireita.