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Com saudação a Exu, Iza brilha ao lado de Brown em estreia no Carnaval de Salvador

Instantes antes do bloco Foliassa ganhar as ruas do Circuito Dodô nesta quinta-feira (16), Brown desceu do trio para fazer referenciar Exu, pedindo que o Orixá abrisse os caminhos. Antes da curva do Oceania, já era claro que a entidade não só atendeu o pedido, como ladrilhou com azulejos dourados o percurso para que a ‘Dona de Mim’ se tornasse a Dona de Todos.

Vestindo um adereço feito com búzios na cabeça e usando uma roupa cujas cores homenageavam o Ilê Ayê e o Olodum, Iza foi a segunda artista a botar sua voz para jogo no bloco que, além dela e de Brown, também recebeu Márcia Short, Russo Passapusso, Jeff Moraes e Nêssa. Antes, o Cacique terminou seu ritual com Muito Obrigado Axé, primeira música da noite.

Primeira também foi a participação da carioca no Carnaval baiano. Mas a destreza da cantora no trio elétrico era tanta, que o posto de debutante só era exposto nos momentos em que Brown fazia bico de guia turístico, e apontava para a novata os locais icônicos da folia no Barra-Ondina, como o Beco do Off.

Dentro e fora das cordas, o público soteropolitano que começou a cantar Axé na suavidade da abelha que quer pousar em flores alheias, rapidamente encantou-se com o Pesadão, primeiro hit cantado pela artista na noite.
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Nas redes sociais, Brown fez questão de exaltar Iza: “Nós, baianos, damos ‘bem-vinda’ a essa rainha incrível que faz parte do nosso Carnaval, e adentra aqui depois da pandemia. Essa casa é de Iza, é dos brasileiros, e ela é uma artista que tem uma identidade enorme”.

Constelação

Apesar de Iza ter se transformado em um sol, as outras estrelas a bordo não foram ofuscadas. Bastou Russo Passapusso assumir o controle do microfone que o trio Axé & Cia transfigurou-se em Navio Pirata. Numa versão mais light, verdade.
Hinos como ‘Lucro’ e ‘Playsom’ foram ecoados pelo público da mesma forma que em qualquer pipoca de Baiana System. A diferença é que a multidão era menor. Não que isso seja negativo, pois facilitou a abertura das tradicionais rodas, assim como possibilitou o deleite de fãs não muito chegados a muvucas.
 
“Eu amo Baiana, mas as apresentações lotadas dificultam a experiência que eu gosto de ter. É muito bom ter espaço para dançar, sentir a energia da música. O Navio Pirata é icônico, mas acredito que ele deva ser revisto. O Furdunço, por exemplo, foi caótico pela quantidade absurda de gente”, opina a estudante Carolina Teixeira, 25.

Tietagem

Enquanto as estrelas revezavam o microfone, outras famosas marcaram presença no trio para tietar e curtir. Lore Improta exaltou a presença de Iza e abriu as portas de Salvador para todos os artistas ‘forasteiros’. “Carnaval é plural. Todos os artistas deveriam vir tocar aqui. Tenho certeza que vamos receber Iza da melhor maneira possível para ela voltar mais vezes”, garantiu.

No Pipoco, Lore viralizou ao descer para a pipoca fantasiada de palhaça para não ser reconhecida e poder curtir o show do marido Leo Santana à moda antiga. “Eu nasci e cresci no Carnaval. Faço questão de dar um jeito de aproveitar ao lado dos meus amigos na rua, como sempre fiz”, revelou.

Já entre os anônimos que não precisam de fantasia para se camuflar, muita devoção e idolatria. “Além de ser uma cantora brilhante, Iza é um símbolo na luta contra todos os preconceitos. É tão poderoso ver ela em cima do trio, vestida da forma que está, e ainda por cima ao lado de Carlinhos Brown. Não tem como deixar de se emocionar”, declamou a professora Juçara Silva, 32.

Ritual

O ritual feito por Carlinhos Brown antes do desfile foi um Padê para Exu. O Cacique jogou farinha de tapioca nas ruas e em direção ao público. Logo depois, todos dentro do bloco, de cordeiros a gestores, além dos foliões, se aproximaram. Brown enchia as mãos de pipoca e, em seguida, encostava na testa das pessoas.
“No panteão dos Orixás, Exu deve ser o primeiro a ser referenciado, pois é ele que abre os caminhos. Quando se abre o portal entre o céu e a Terra, recebemos o Axé, e é Exu que estabelece esse contato. Por isso o ritual deve ser feito logo no início da apresentação”, explica Leonel Monteiro, Sacerdote Ogan que realizou a cerimônia ao lado de Brown.

O Correio Folia tem patrocínio da Clínica Delfin, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio da Jotagê e AJL.
 

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