São Paulo — O número de estupros registrados nos sete primeiros meses do ano em São Paulo é o maior da série histórica, iniciada em 2001.
Dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) apontam que foram registrados 8.150 casos entre janeiro e julho, alta de 12,9% na comparação com igual período do ano passado (7.221). Foi anotada uma ocorrência a cada 37 minutos.
Apesar do aumento significativo no número de estupros no acumulado dos sete primeiros meses, houve estabilidade (variação de – 0,9%) na comparação entre os meses de julho deste ano com o mesmo mês do ano passado — de 1.071 para 1.061.
Na capital, o crescimento no acumulado do ano foi ainda maior do que o registrado no estado, chegando a 21,1% — passou de 1.415 para 1.713 casos. Já o comparativo entre os meses de julho de 2023 e 2022 mostra queda de 5% — de 217 para 206 registros.
A entrada em vigor da Lei 12.015, de 2009, que ampliou a tipificação do que é estupro, fez aumentar o número de casos registrados a partir de então. Anteriormente, só era considerado estupro quando havia conjunção carnal (penetração do pênis na vagina), desconsiderando outras práticas.
Vulneráveis Os dados da SSP mostram também que a participação dos estupros de vulneráveis sobre o total de casos é elevada. Esse tipo de crime acontece quando é cometido contra menor de 14 anos, o que faz com que o autor costume ser alguém próximo da vítima, como familiares ou amigos dos parentes.
De forma geral, os estupros de vulneráveis representaram três em cada quatro casos (76%) registrados pela Polícia Civil no estado entre janeiro e julho. Foram 6.215 ocorrências, seguindo a tendência de aumento em relação a 2022, quando houve a notificação de 5.515 casos.
Na capital, o percentual de participação dos estupros de vulneráveis sobre o total é praticamente o mesmo 74%. No acumulado do ano, passaram de 1.028, em 2022, para 1.263, em 2023, crescimento de 22,9%.