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Coreógrafa baiana promove oficina que resgata a alegria de dançar em mulheres 50+

A paixão começou ainda criança, quando o seu pai colocava Chopin para tocar na vitrola. “Eu dançava muito e gostava de dançar desde sempre. Ainda menina, a dança já estava em mim, algo inseparável, intrínseco”. Esse foi só o começo de tudo para a coreógrafa e professora de dança e expressão corporal, com formação pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Lúcia Mascarenhas, 76 anos. A coisa ficou séria mesmo quando Lúcia assistiu, ainda na década de 60, ao espetáculo A Mulher Fantasma com coreografia da polonesa Yanka Rudzka executada por Lia Robatto.

“Esse espetáculo mudou minha vida. Fiquei completamente fascinada e, a partir daí, resolvi que ia estudar dança. No ano seguinte entrei para a Escola de Dança da Ufba. Estar ali possibilitava um contato precioso com professores e alunos de outras escolas de arte, pessoas que foram responsáveis pela formação de toda uma geração de artistas de vanguarda da Bahia”, lembra a coreógrafa que também foi responsável por um bom tempo pela formação técnica de dançarinos e atores da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).

É Lúcia Mascarenhas quem ministra a Oficina Dance a Vida Após os 50, que acontece até o final do mês de junho, na Casa Rosa (@casa_rosa_salvador), localizada no Rio Vermelho. Além de trabalhar a consciência corporal – principalmente aquela que ficou adormecida – a oficina,voltada para mulheres, traz exercícios que estimulam o fortalecimento das atividades motoras e contribuem para o bem-estar e envelhecimento. 

“A ideia de fazer a oficina surgiu da conversa com pessoas mais velhas, que sentiam aquela nostalgia de que antes dançavam, iam para o Carnaval e que, na proporção que foram envelhecendo, perdiam mais a mobilidade e ficavam envergonhadas de dançar. A proposta do curso é justamente promover atividades que estimulem a descoberta do seu corpo, das suas dificuldades, mas também ir lá no fundo, na sua memória corporal de quando dançou e trazer isso de volta”, explica.    

A coreógrafa que já dança há 50 anos, sabe bem os benefícios que ela é capaz de proporcionar não só ao corpo como a mente. “A dança desperta emoções positivas, prazer e socialização. De outro modo, a gente pode dizer que a dança se configura como um recurso terapêutico, ajudando na capacidade de enfrentar o estresse do dia a dia. Se você dança e sai de lá feliz, seu corpo vê o que ainda pode fazer e melhorar. É maravilhoso”.

Entre as técnicas que também são desenvolvidas no processo, Lúcia cita ainda o reconhecimento do espaço, o trabalho das articulações, níveis de movimentação, tempo, ritmo, pausa, velocidade, sensibilidade e intensidade, além do movimento inusitado e improvisação.

“Tudo pode se transformar em dança. É só você estar aberto, se permitir explorar todas as possibilidades do seu corpo. Para mim, é muito gratificante, quando eu vejo nos olhos a alegria das pessoas”.

Vanguarda
Lúcia não apenas dança, mas tem muita história para contar. Na vanguarda da produção cultural da Bahia, ela acompanhou de perto o nascer de toda uma geração de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé, Capinan e Djalma Corrêa. Nas áreas do cinema e teatro viu a ascensão de Orlando Senna, João Augusto, Glauber Rocha e do Grupo do Teatro dos Novos, que criou o Vila Velha.

“Na década de 60, a produção cultural paralela nas escolas de dança, teatro e música foram muito importantes na formação da nossa visão cultural. Eu fazia parte de um grupo de alunos da escola que procurava acompanhar o que acontecia em todas as escolas de arte. Estávamos sempre presentes em tudo.  Isso deu possibilidade ao meu contato com o meio artístico e permitiu a minha participação nessa efervescência cultural que acontecia na cidade. Toda essa vivência foi essencial”, recorda.

Já coreógrafa profissional, Lúcia foi professora da atriz, diretora teatral e professora da Escola de Teatro da Ufba, Meran Vargens, quando tinha acabado de chegar em Salvador e participou de uma das oficinas ministradas no Teatro Gamboa.

“Hoje, Meran é professora da universidade e excelente diretora. Isso me deixa muito feliz”. Quando dava aulas de dança e expressão corporal para o grupo de teatro do Colégio Anísio Teixeira ensinou alguns passos para a hoje também diretora e professora da Ufba, Hebe Alves. “Ela fazia o segundo grau quando integrava o grupo de teatro. A aluna superou a pró”.

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