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Defesa diz que jornalistas estão à disposição para depor no caso da Record; confira cronologia

O advogado Marcus Rodrigues, responsável pela defesa dos jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, suspeitos de envolvimento em desvios de doações à Record TV Itapoan, informou nessa quinta-feira (6) que colocou os clientes à disposição do delegado Charles Leão, responsável pelo inquérito. De acordo com ele, no entanto, até o momento não há data para o depoimento da dupla.

O defensor acredita que o repórter e o editor serão os últimos a serem ouvidos pela Polícia Civil e vê nisso uma oportunidade. “Eu já tenho várias provas que podem ser utilizadas como defesa, mas no momento não acho interessante mostrá-las porque [o caso] ainda está em fase de investigação e poderia acabar incriminando outras pessoas”, afirmou ele, em entrevista ao CORREIO. 

São mais de 11 os suspeitos investigados, segundo a Polícia Civil. A corporação atualizou, nessa quinta (6), o andamento das apurações e informou que mais de 20 pessoas, entre funcionários e possíveis vítimas, já foram ouvidas.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber) investiga 15 casos de desvio de quantias arrecadadas em campanhas de caridade divulgadas pela emissora – o valor pode chegar a R$ 800 mil. Até o momento, não se sabe quantas vítimas, no total, foram lesadas.

Entre as pessoas que compareceram à delegacia está um apresentador de noticiário policial da Record TV, cujo nome não foi revelado. Ele confirmou as denúncias sobre o envolvimento de dois jornalistas nas fraudes praticadas durante arrecadações de doações para pessoas em situação de vulnerabilidade social, em apelos divulgados no programa Balanço Geral. 

Na última sexta-feira (31), a emissora demitiu o repórter Marcelo Castro e o editor Jamerson Oliveira, que são investigados pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento no golpe. A reportagem apurou que a decisão foi tomada pela direção da sede da emissora, em São Paulo, que aguardava a ligação oficial dos funcionários ao caso para demiti-los por justa causa. Na ocasião, o diretor nacional da emissora, Rafael Perantunes, veio de São Paulo para Salvador, para tratar sobre as investigações do caso. 

A informação da demissão, que aconteceu logo após a volta das férias de ambos, foi revelada por Zé Eduardo, apresentador do Balanço Geral, em publicação no Instagram. Esta foi a primeira vez que os nomes dos dois foram vinculados oficialmente ao caso por alguém ligado à Polícia Civil ou à Record TV Itapoan. 

Na postagem, o apresentador disse que “os ex-colaboradores são investigados por participar de um suposto esquema de desvio de doações feitas por telespectadores da Record TV Itapoan”. Ainda, anunciou que a dupla prestará depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Estelionato por Meio Eletrônico (DreofCiber). Procurada, a Record TV/Itapoan não respondeu à tentativa de contato da reportagem.  

Segundo a Polícia Civil, as pessoas que cederam as chaves Pix para receber as quantias doadas por telespectadores também são investigadas.  Até o momento, três celulares dos familiares de uma das supostas vítimas do esquema foram recolhidos para perícia.  

Além dos depoimentos e laudos periciais, a Polícia Civil também trabalha com matérias jornalísticas, vídeos e capturas de tela de redes sociais. Informações de outras instituições complementam as apurações para solucionar o caso. 

Cronologia do caso 

11 de março 

  • Vem à tona a denúncia de que funcionários da Record TV Itapoan teriam desviado dinheiro de doações feitas por telespectadores através de Pix. Ao menos dois jornalistas da emissora baiana são suspeitos de ter se apropriado de dinheiro doado para pessoas com dificuldades financeiras que participam de programas da empresa
     

11 de março 

  • Nesse mesmo dia, o diretor de jornalismo da Record TV/Itapoan, Gustavo Orlandi, enviou uma nota ao CORREIO, confirmando que a empresa estava apurando as suspeitas de desvio de dinheiro doado através do pix. A quantia seria em torno de R$800 mil. 

13 de março

  • Emissora tomou conhecimento da fraude depois que o jogador de futebol Anderson Talisca, ex-Bahia, doou um valor para uma criança com câncer e procurou a família para checar como estavam. Informado de que não teriam recebido dinheiro algum, o atleta acionou a produção da TV Record/Itapoan. A criança faleceu dias depois. 
  • CORREIO tem acesso ao áudio de um funcionário da emissora, que preferiu não se identificar. Ele confirmou a situação, apontou que o desvio do pix das doações não era algo novo e que os valores do golpe poderiam ser ainda maiores.

“Descobriu agora, mas imagine o que vinha acontecendo há anos. Um já foi demitido, está esperando o outro voltar de férias. Acredito que ele só vai aparecer aqui com o advogado”, conta, apontando dois repórteres e um editor como responsáveis. 

  •  Zé Eduardo, apresentador do Balanço Geral, se pronunciou sobre o caso e pregou punição aos envolvidos na hipótese de confirmação dos desvios. 
  •  Polícia Civil confirmou o registro de ocorrência de suposto desvio de ajuda financeira por funcionários da Record TV/Itapoan e informou que o caso está sendo investigado Delegacia de Repressão ao Estelionato e Outras Fraudes (DreofCyber), com o apoio do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP). 

14 de março

  • Vítimas se revoltam. O ambulante Adriano Lima, 38 anos, que trabalhava na Praça do Sol, em Periperi, teve móveis, eletrodomésticos e itens de trabalho furtados da sua casa, no bairro de Nova Constituinte, em setembro do ano passado. Ele teve a situação exibida pela TV Itapoan/ Record, no programa Balanço Geral, mas alegou não ter visto um centavo das doações.
  • Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) acompanha caso e pede rigor nas investigações. 

15 de março

  • Alvo de especulação nas redes sociais, a repórter Daniela Mazzei negou envolvimento com o caso.

17 de março

  • Zé Eduardo voltou a se pronunciar sobre o caso e revelou ter sido a pessoa a descobrir o golpe. O esquema tinha como palco o programa Balanço Geral, onde apareciam pessoas necessitadas em busca de ajuda financeira. Zé, que foi alertado pelo empresário do jogador Anderson Talisca, disse que sua primeira atitude foi procurar a direção da empresa para delatar o caso. Segundo ele, dois funcionários da emissora seriam os envolvidos na atividade criminosa.
  • Record encaminha pedido formal de investigação sobre golpe do Pix. 

20 de março

  • Celulares de vítimas são apreendidos pelas Polícia Civil. 

27 de março

  • Delegacia investiga, ao todo, 15 casos de desvio de dinheiro arrecadado em campanhas de caridade divulgadas pela Record TV/Itapoan. 

31 de março

  • O repórter Marcelo Castro e o editor Jamerson Oliveira são demitidos da Record TV/Itapoan. Zé Eduardo liga o nome dos dois ao caso pela primeira vez e afirma que eles estão sendo investigados pela Polícia Civil.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela

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