O deputado distrital pastor Daniel de Castro (PP) enviou um ofício ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no qual pede investigação contra ativistas que fizeram acusações contra a juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury, durante sessão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Segundo o parlamentar, as falas de Rodrigo Cademartori, conhecido como Rodrigo Pilha (foto em destaque), e Michel Platini podem configurar “crimes de calúnia e difamação” contra a magistrada.
“Diante da gravidade das acusações e da necessidade de preservar a honra e a integridade moral da magistrada Leila Cury, solicito que este Ministério Público proceda à apuração rigorosa dos fatos narrados, a fim de verificar a ocorrência dos crimes de calúnia e difamação e tomar as medidas cabíveis para responsabilizar os senhores Michel Platini e Rodrigo Cademartori, caso se confirmem as práticas ilícitas”, enfatizou o deputado no ofício.
Durante sessão que debateu o enfrentamento a tortura e mortes no sistema prisional do DF, Rodrigo Pilha pediu a fala na sessão, “na qualidade de ex-preso”, e fez duras acusações contra a juíza Leila Cury (foto em destaque).
“Eu não acuso o Estado de ser torturador, eu afirmo: o GDF, a Seap [Secretaria de Administração Penitenciária] e a Leila Cury são torturadores e criminosos e precisam urgentemente sair do sistema prisional”, disparou o petista, durante a audiência realizada no início do mês.
O petista Rodrigo Pilha chegou a comentar que a juíza “gosta de hiperlotar” as cadeias e dar “canseira” nos presos. Pilha foi detido 2021 após estender, com mais quatro manifestantes, uma faixa com a frase “Bolsonaro genocida” na Praça dos Três Poderes. Na ocasião, os militantes, com base na Lei de Segurança Nacional, foram levados à Polícia Federal.
Outro ativista que citou a juíza na audiência da Câmara do DF foi Michel Platini. Ele chegou a postar o vídeo da fala no Instagram, mas cortou a parte em que cita Cury.
“Quem é mais criminoso, o estado ou as pessoas que estão sob sua custódia? São nove mortes em cinco meses. Isso é passível de uma CPI. […] Por que a gente naturalizou que a juíza da Vara de Execução diz que não vai receber familiar de preso? Ela está estendendo o crime que essas pessoas praticam para suas famílias. É preconceito contra os familiares, Leila Cury. Você precisa responder isso para a sociedade inteira”, disse Platini, que preside o Centro de Defesa dos Direitos Humanos.