Depois que uma agência da ONU apontou 670 pessoas mortas em deslizamento de terra em Papua Nova Guiné, autoridades do país afirmaram que pode haver mais de 2 mil pessoas soterradas. O desastre aconteceu na última sexta-feira (24/5).
O Centro Nacional de Desastres da Papua Nova Guiné confirmou o número de 2 mil pessoas e pediu formalmente ajuda internacional. No local, a instabilidade do terreno e o número de estradas danificadas dificulta muito o acesso ao resgate.
“O deslizamento de terra soterrou mais de 2 mil pessoas vivas e causou grande destruição em edifícios, hortas e causou grande impacto na sobrevivência econômica do país”, apontou um funcionário do Centro de Desastres, em carta enviada à ONU.
Veja imagens na reportagem (em inglês) feita pela Deutsche Welle, parceira do Metrópoles:
Apesar do número de mortos apontados pela ONU e do número muito maior citado por Papua Nova Guiné, apenas 6 corpos haviam sido resgatados até a manhã desta segunda-feira (27/5).
As equipes de emergência aguardam equipamento pesado necessário para o resgate. Por se tratar de uma aldeia isolada e distante e pelas condições das estradas, somente helicópteros conseguem chegar ao local.
O trabalho do governo do país, agora, é remover os escombros e melhorar a forma de chegada no lugar onde ocorreu o desmoronamento. A ONU aguarda para levar água e alimentos, além montar centros de evacuação.
Deslizamento de terra e pedras Enquanto isso, a própria população local escala rochas e cava terra até com as mãos para tentar encontrar sobreviventes.
“Os perigos representados por potenciais deslizamentos de rochas estão se tornando uma questão cada vez mais premente. O terreno ainda está instável e o risco é alto”, afirmou Miok Ala, morador local, ao jornal britânico The Guardian.
À NBC News, Johnson e Jacklyn Yandam, também residentes da aldeia, agradeciam a Deus por terem sobrevivido.
“Tínhamos certeza de que morreríamos, mas as pedras grandes não nos esmagaram. É muito difícil explicar porque ficamos presos por quase oito horas e depois fomos resgatados. Acreditamos que fomos salvos com um propósito”, afirmou Jacklyn.
De acordo com números locais, pelo menos 1.250 pessoas tiveram que ser deslocadas na província de Enga. A maioria das casas é feita de madeira.
“Muitas casas estão enterradas sob oito metros de terra. Se o terreno não estabilizar, então, o trabalho terá que ser feito predominantemente à mão. Isso levará uma quantidade significativa de tempo”, disse Justine McMahon, diretora do grupo de ajuda CARE International Papua Nova Guiné, ao The Guardian.