InícioEditorialDia Mundial da Educação: A educação no Brasil tem jeito?

Dia Mundial da Educação: A educação no Brasil tem jeito?

O Dia Mundial da Educação é comemorado 28 de abril. A celebração desta data foi instituída na cidade de Dakar, no Senegal, há 24 anos. Durante o Fórum Mundial de Educação, em 28 de abril de 2000, líderes de 164 países firmaram compromissos a serem cumpridos até 2030 – inclusive o Brasil. Em 2023, o Governo Federal lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, anunciando também o investimento de R$ 3 bilhões em quatro anos. O objetivo é melhorar a qualidade da alfabetização no território brasileiro e combater o analfabetismo absoluto e funcional. As informações mais recentes da Unesco apontam que 17% das crianças e adolescentes em idade escolar no mundo estão fora da escola. Isso significa que 260 milhões de crianças estão sem acesso à educação. No Brasil, 5,6 % das pessoas com 15 anos ou mais de idade são analfabetas. Isso é equivalente a 9,6 milhões de pessoas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Cerca de 18% dos jovens de 14 a 29 anos de idade no Brasil (52 milhões de pessoas), não completaram o ensino médio, ou porque abandonaram, ou porque nunca frequentaram a escola. Mas, por que, apesar de todos os esforços federais, estaduais e municipais para a garantia do direito básico à educação de qualidade, ainda é tão difícil garantir a universalidade? “O problema no Brasil não é de qualidade. É de acesso. Temos ótimas instituições de ensino. Mas o que acontece é que elas são muito caras, acessíveis somente a uma parcela muito pequena da população que pode pagar por essa estrutura”, destaca Arthur Buzatto, presidente mantenedor da Escola Vereda, em São Paulo.

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Para ele, iniciativas acolhedoras que garantam educação em tempo integral, com aulas regulares e acesso a esportes, idiomas, atividades artísticas e alimentação adequada está no cerne de uma proposta social capaz de impactar a sociedade como um todo. “A escola não é só um ambiente de educação formal, mas também o principal meio de incentivo ao desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional dos indivíduos. Educação de qualidade é aquela que dá conta de vários aspectos da evolução humana.” O profissional comenta abaixo três desafios e suas propostas para a educação brasileira:

1) Desigualdade de acesso

Segundo o levantamento da PNAD, quando analisado por cor ou raça, 3,4% das pessoas com 15 anos ou mais de idade de cor branca são analfabetas. Enquanto isso, entre as pessoas da mesma faixa etária de cor preta ou parda, o percentual vai para 7,4%. Do total de analfabetos, 55% vivem na região nordeste e 22% estão no sudeste do País.

“As desigualdades por gênero, cor, região e renda são bem marcadas no Brasil. Nossa percepção é de que é essencial investir em infraestrutura escolar e tecnologia para garantir que todas as escolas ofereçam um ambiente propício ao aprendizado”, reflete Buzatto.

De olho nessa questão, a proposta da Escola Vereda é se manter acessível: por uma mensalidade a partir de R$ 1.228,71, a instituição oferece educação integral para alunos do ensino fundamental e médio (8 horas todos os dias na escola, sempre com professores), inglês todos os dias, aulas de programação, teatro e esportes. Alimentação equilibrada (café da manhã e almoço) e os livros didáticos também estão completamente inclusos na mensalidade. “Não há mais nenhum pagamento por parte das famílias”, reforça.

2) Baixa valorização dos professores

O corpo docente é peça-chave no processo educacional. Ainda assim, frequentemente a classe enfrenta más condições de trabalho e falta de reconhecimento por seu papel crucial na sociedade. Para Buzatto, é fundamental valorizar os professores, oferecendo condições de trabalho adequadas e promovendo oportunidades de capacitação (formação) e desenvolvimento (crescimento) profissional. “Professores motivados e bem preparados são essenciais para garantir a educação de qualidade.”

Ele esclarece ainda que, onde atua, o grupo desenvolveu aplicativos próprios de gestão inteligente que facilita o dia a dia dos professores. O registro de presença dos alunos, por exemplo, é feito online, com funções automatizadas. Provas são formuladas e corrigidas a partir de uma metodologia padrão, que reduz equívocos de interpretação e subjetividades. “A tecnologia está a nosso favor para que o professor, em sala de aula, se ocupe do que realmente interessa: sua atuação pedagógica e a atenção ao aprendizado.”

3) Falta de investimento e gestão ineficiente

Segundo informações do Censo Escolar 2021, 5,2 mil escolas não têm banheiros no Brasil. Existem ainda 8,1 mil escolas sem acesso à água potável e 7,6 mil sem serviços de esgoto. O financiamento insuficiente e a má gestão dos recursos são obstáculos significativos para o avanço da educação no Brasil. Muitas escolas enfrentam carências de recursos básicos, como materiais didáticos, merenda escolar e manutenção adequada.

“É necessário priorizar o investimento na educação, destinando recursos e garantindo sua utilização eficiente e transparente.” O profissional afirma ainda que a participação da comunidade escolar e da sociedade civil na tomada de decisões e na fiscalização dos gastos ajuda a promover uma gestão mais democrática e responsável. “Na Vereda, eliminamos as janelas ociosas de aulas, negociamos com fornecedores a compra de materiais escolares e de limpeza, buscamos descontos e repassamos 100% disso para as famílias. Não existe milagre. Buscamos eficiência sem renunciar à qualidade”, conclui.

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