Depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ofendeu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chamando-o de “incompetente”, o bloco governista na casa se virou contra a candidatura de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) à presidência. O abandono seria uma espécie de retaliação a Lira e demonstração de que, de fato, o presidente vem perdendo poder.
O governo Lula (PT) já olhava a candidatura de Elmar com desconfiança, já que no Senado o preferido para a sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ter o União Brasil com o controle das duas casas é visto como inimaginável, já que o partido teria muito poder e não é o mais confiável, do ponto de vista do governo.
A posição de Elmar, por ora, é de não comprar briga com ministros de Lula. Ele votou a favor da liberdade de Chiquinho Brazão (RJ), ratificando o plano do Centrão e dos bolsonaristas de liberar o acusado de ser o mandante da morte de Marielle Franco.
Ele foi o principal articulador pela derrubada da prisão e pregava que a validação à decisão do Supremo Tribunal Federal abriria um precedente perigoso contra deputados federais.
O abandono a Elmar foi consumado na festa de aniversário de Marcos Pereira (Republicanos-SP), em que o deputado reuniu, além de Lira, diversos aliados, de petistas a bolsonaristas.