16 outubro, 2025
quinta-feira, 16 outubro, 2025

Cadeia do metanol: usinas e destilarias são alvos de operação em SP

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A Receita Federal realiza, nesta quinta-feira (16/10), força-tarefa em pelo menos 13 cidades de São Paulo para coletar amostras de metanol em empresas do setor sucroalcooleiro, apontadas como importadoras e distribuidoras da substância química. O objetivo é rastrear a procedência do metanol e fazer a comparação com o material encontrado em bebidas adulteradas apreendidas em outras operações.

Treze cidades são alvo da Operação Alquimia em São Paulo: Guarulhos, Cotia, Arujá, Suzano e Jandira, na região metropolitana, e Araçariguama, Avaré, Cerqueira César, Laranjal Paulista, Limeira, Morro Agudo, Palmital e Sumaré, no interior do estado.

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Operação Alquimia – Receita Federal faz força-tarefa para rastrear origem do metanol em bebidas alcoólicas em SP e outros 4 estados

Divulgação/Receita Federal

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Operação Alquimia – Receita Federal faz força-tarefa para rastrear origem do metanol em bebidas alcoólicas em SP e outros 4 estados

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Operação Alquimia – Receita Federal faz força-tarefa para rastrear origem do metanol em bebidas alcoólicas em SP e outros 4 estados

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Quadro da Receita Federal mostra possível esquema de importação de metanol até sua possível destinação irregular

Divulgação/Receita Federal

Desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, a força-tarefa desta quinta-feira também é cumprida em outros quatro estados: Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Participam das diligências equipes da a Polícia Federal, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

As operações Boyle e Carbono Oculto já haviam revelado um esquema de adulteração de combustíveis com metanol. Segundo a Receita Federal, há fortes indícios de que esse combustível adulterado esteja sendo utilizado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas, configurando uma cadeia de irregularidades com alto potencial de risco à saúde pública (veja abaixo).

Quadro da Receita Federal mostra possível esquema de importação de metanol até sua possível destinação irregular
Quadro da Receita Federal mostra possível esquema de importação de metanol até sua possível destinação irregular

A coleta de elementos e amostras pelos órgãos da força-tarefa ocorre em 24 empresas do país. Os alvos foram escolhidos com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até sua possível destinação irregular. Entre eles há importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas.

Entenda o papel das empresas

Os importadores são responsáveis pela entrada do metanol no país, utilizando-o em seus processos produtivos e revendendo o produto para empresas químicas.

Nos terminais marítimos, empresas movimentam volumes expressivos de metanol, que permanecem nesses locais até serem encaminhados às unidades fabris ou aos clientes finais. Quando há vendas a terceiros, os produtos são despachados diretamente dos terminais ao destino.

As empresas químicas adquirem o metanol de importadores para uso industrial ou para revenda a outras indústrias químicas. Indícios consistentes apontam que algumas delas desviaram parte do produto, retirando-o indevidamente da sua cadeia regular de produção, conforme o comportamento comercial observado.

Já as destilarias investigadas teriam adquirido metanol por meio de empresas conhecidas como “noteiras”. As notas fiscais indicavam caminhões e motoristas que, contudo, nunca chegaram aos destinos informados, sugerindo possível fraude documental.

As usinas, produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado, também estão sendo verificadas por atuarem em pontos estratégicos da cadeia, fundamentais para rastrear eventuais lotes adulterados ou irregularidades na destinação do produto.

Mortes por metanol

Em São Paulo, o número de mortos por ingestão de metanol subiu para seis. O caso mais recente é o de um homem de 37 anos que morreu, na terça-feira (14/10), em Jundiaí, interior do estado. após ficar internado com sintomas de intoxicação por metanol no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV).

A morte foi confirmada pelo HSV. O paciente havia sido internado no dia 3 de outubro. “A família já foi comunicada, e a Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Jundiaí foi notificada, conforme os protocolos de saúde pública”, informou o hospital.

De acordo com a mais recente atualização da Secretaria Estadual de Saúde (SES), divulgada na segunda-feira (13/10), São Paulo tem 28 casos confirmados de intoxicação, além de 100 em investigação. Até o momento, 246 casos foram descartados e 15 estabelecimentos acabaram interditados cautelarmente.

No Brasil, segundo balanço do Ministério da Saúde, o número total chega a oito mortes. Seis vítimas são as registradas no estado de São Paulo e duas em Pernambuco. Outros 10 óbitos seguem em investigação, sendo 4 em São Paulo, 3 em Pernambuco, 1 no Mato Grosso do Sul, 1 na Paraíba e 1 no Paraná.

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