28 outubro, 2025
terça-feira, 28 outubro, 2025

Mata Atlântica: 22% da área recuperada voltaram a ser derrubados

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Nesta terça-feira, duas organizações não governamentais revelaram estudos sobre a Mata Atlântica, um dos biomas mais importantes do Brasil. Os dados oferecem um panorama complexo: enquanto 4,9 milhões de hectares passaram a se regenerar, o desmatamento afetou 22% dessa área recuperada, sendo alarmante que grande parte do que se perdeu era de florestas maduras, com mais de 40 anos de formação.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, entre 1993 e 2022, foram recuperados 4,9 milhões de hectares, uma área maior que o estado do Rio de Janeiro. No entanto, 1,1 milhão de hectares, ou 22%, já não faz mais parte desse sucesso. O estudo aponta que a maior parte dessa regeneração ocorreu em terrenos privados, com pequenos produtores rurais respondendo por 45% da área recuperada. Vegetação nova tem surgido nas bordas das lavouras e nas margens dos rios, onde o uso agrícola é limitado.

“É nas pequenas propriedades que a regeneração tem mostrado maior força e persistência, com papel essencial na recuperação de nascentes, na reconexão dos fragmentos florestais da Mata Atlântica e na retenção de carbono”, ressalta o diretor executivo da SOS Mata Atlântica, Luís Fernando Guedes Pinto.

O estudo também apresenta dados sobre onde essas regenerações e reveses são mais notáveis. Minas Gerais e Paraná se destacam com mais de 900 mil hectares de regeneração persistentemente intacta. Contudo, o desmatamento também é preocupante nos mesmos estados, sendo que São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia também figuram entre os que mais desmatam.

Um segundo estudo, realizado pela iniciativa MapBiomas, analisa a evolução da Mata Atlântica entre 1985 e 2024. Inicialmente, o bioma contava com apenas 27% da sua cobertura florestal original. Ao longo dessas quatro décadas, o desmatamento apresentou ritmos variados. Após a promulgação da Lei da Mata Atlântica, em 2006, houve um ligeiro crescimento na área florestada, especialmente entre 2015 e 2018, mas a tendência voltou a cair depois desse pico.

Esses dados evidenciam que, em 2024, cerca de metade das áreas desmatadas pertence a florestas maduras. Além disso, a agricultura ocupa um espaço significativo na Mata Atlântica, abrangendo 33% desse bioma, e ocupou 10 milhões de hectares desde 1985. Essa expansão, ainda que parte da evolução do setor, ocorreu predominantemente sobre áreas de pastagem.

Ao refletir sobre os desafios e as vitórias na recuperação da Mata Atlântica, é crucial que cada um de nós atue em prol do futuro dessa rica biodiversidade. Que tal compartilhar suas ideias ou experiências sobre como podemos preservar e regenerar nosso meio ambiente? Deixe seu comentário, sua voz conta!

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