Tudo sobre TikTok
Recentemente, um vídeo de uma emissora turca no TikTok gerou grande polêmica. Nele, uma mulher palestina é vista chorando ao retornar para sua casa em ruínas, desesperada por sua família desaparecida. O que deveria ser um momento de dor e reflexão rapidamente se transforma em algo desconcertante: a plataforma sugere roupas semelhantes às que ela usa, utilizando seu recurso de “encontrar semelhantes”.
Esse recurso, impulsionado por inteligência artificial, identifica objetos nos vídeos e recomenda itens aos usuários. Contudo, a implementação dessa tecnologia revela um triste descuido: a incapacidade de reconhecer o contexto emocional dos conteúdos apresentados. Em um momento de luto, a comercialização se sobrepõe à compaixão.

Ao assistir ao vídeo, a mulher, em estado de desespero, questiona: “Onde estão minhas três filhas, meu marido e meu primo?”. Após sair para comprar farinha, ela ao voltar encontra sua casa devastada. Enquanto ela chora, a sugestão da plataforma aparece, perguntando se o usuário gostaria de “encontrar semelhante”. Um clique leva a uma lista de roupas como o vestido e o véu que ela usa.
A crítica a essa funcionalidade não se fez esperar, sendo destacada pelo site The Verge. O TikTok Shop visa monetizar a plataforma, mas em um momento tão delicado, isso provoca desconforto. A empresa alega que a IA pode ter limitações e que a configuração do recurso pode ser desativada, sugerindo que nem todos os usuários veem mensagens similares em vídeos trágicos.

Outras plataformas, como Instagram e YouTube, também utilizam sistemas semelhantes para ajudar os usuários a encontrar produtos que visualizam em vídeos. Porém, a questão persiste: até que ponto é ético promover vendas em meio a conteúdos sensíveis, onde a dor das pessoas não pode ser ignorada?
A discussão sobre a ética no uso de inteligência artificial se intensifica. Como observou a colunista Mia Sato, a monetização excessiva pode afastar os valores humanos, transformando histórias de vida em meros anúncios. É crucial que as plataformas repensem suas práticas e a forma como utilizam a tecnologia para assegurar que o contexto humano não seja reduzido a algoritmos frios.
O TikTok não se pronunciou oficialmente sobre a situação, mas o episódio levanta um importante questionamento: devemos aceitar que a tecnologia avance sem considerar a sensibilidade do conteúdo? Sua visão é bem-vinda! O que você pensa sobre a relação entre comércio e empatia nas redes sociais? Compartilhe sua opinião nos comentários.