POLÍTICA
Mudança busca mais qualidade de vida para trabalhadores e já é adotada por grandes redes como DPSP e H&M
Por Redação
28/09/2025 – 12:35 h

Imagem ilustrativa –
Fechar
A tradicional escala 6×1, em que o trabalhador cumpre seis dias de expediente e descansa apenas um, sempre foi dominante no varejo brasileiro, mas começa a perder espaço.
O modelo, alvo de críticas, está no centro de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 8/25), apresentada em fevereiro pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que busca extinguir a prática. A discussão avança lentamente no Congresso, mas já movimenta empresas e especialistas.
Tudo sobre Política em primeira mão!
Leia Também:
Para o professor do Insper e procurador do Trabalho Renan Kalil, ao Valor Econômico, a mudança é possível e sustentável. Ele lembra que países como França (35 horas semanais), EUA, Canadá e Itália (40 horas) já operam com limites menores que os 44 previstos no Brasil.
Espanha, Chile e México também caminham para jornadas mais curtas. “A experiência mundial mostra que essa medida é totalmente viável”, afirma.
No setor privado, alguns grupos já antecipam essa transformação. Desde agosto, o Grupo DPSP, dono das drogarias Pacheco e São Paulo, adotou a escala 5×2 em todas as unidades — exceto nas que não funcionam aos domingos.
A medida atinge cerca de 24 mil dos mais de 30 mil funcionários do grupo. Segundo o CEO, Marcos Colares, o objetivo é oferecer mais bem-estar e qualidade de vida sem alterar a carga semanal de 44 horas.
Recém chegada ao país, a multinacional sueca H&M também optou pela escala 5×2, prática já consolidada em outros mercados da marca. “Acreditamos que ela [a escala 5×2] contribui para um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de gerar engajamento e retenção de talentos”, afirma.
“Decidimos trazer essa prática também para o Brasil, como parte do nosso compromisso em ser um empregador responsável e inovador.”, explica Joaquim Pereira, country manager da H&M Brasil.
A empresa, que planeja chegar a 450 funcionários até o fim do ano, aplicará a escala em lojas, escritórios e centros de distribuição.
Kalil lembra ainda que experiências de redução da jornada, como a semana de quatro dias testada em 19 empresas brasileiras pela iniciativa 4-Day-Week, apresentaram resultados positivos: aumento de engajamento (60%), melhora na colaboração (85,4%), maior energia dos trabalhadores e até crescimento de receita em 72% das empresas.
Segundo o procurador, a popularidade do debate se explica pela busca dos trabalhadores por tempo fora do trabalho.
Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.
Participe também do nosso canal no WhatsApp.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Tags:
Siga nossas redes