O ex-ministro das Finanças do Reino Unido Rishi Sunak foi oficialmente nomeado pelo rei Charles III, nesta terça-feira (25/10), como primeiro-ministro do país.
Sunak substitui Liz Truss. Em um breve discurso na porta de Downing Street, ele pediu que o próximo governo invista no crescimento econômico. Isto porque o país vive anos de crescimento baixo e, pela primeira vez em 40 anos, tem inflação acima dos 10%.
Em discurso voltado para a população, Sunak disse que o Reino Unido deve esperar “tempos difíceis”. O Reino Unido vive situação delicada na área econômica. A proposta para a área do novo primeiro-ministro é bastante esperada pelos britânicos.
“Quero homenagear Liz Truss. Ela não estava errada. Foi uma causa muito nobre, mas alguns erros persistiram. E eu fui eleito para, em parte, consertar esses erros, e esse trabalho começa imediatamente. Isso significa que decisões difíceis virão. Nosso país está sofrendo uma profunda crise econômica. Os efeitos da pandemia ainda ressoam, a guerra também. Meu governo não deixará às próximas gerações as dívidas que fomos muito fracos para pagar”, declarou.
Quem é Rishi Sunak
O novo primeir0-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, 42 anos, é filho de imigrantes indianos e será o primeiro hindu a ocupar o cargo. Ele ficou popular após conduzir o país durante a crise ocasionada pela pandemia da Covid-19, enquanto ocupou o cargo de ministro das Finanças durante o mandato de Boris Johnson.
O político foi elevado ao cargo sem a necessidade de uma eleição, nessa segunda-feira (24/10), após a principal adversária, Penny Mordaunt, desistir da candidatura por não ter conquistado apoio mínimo de 100 parlamentares conservadores.
Sunak é figura conhecida na economia, um dos principais motivos que levaram à queda da antecessora, Liz Truss, dona do governo mais curto da história do país.
O novo premiê anunciou que pretendia concorrer ao cargo nesse domingo (23). “O Reino Unido é um grande país, mas enfrentamos uma profunda crise econômica. É por isso que estou concorrendo para ser o líder do Partido Conservador e seu próximo primeiro-ministro. Quero consertar nossa economia, unir nosso Partido e entregar pelo nosso país”, escreveu em sua conta no Twitter.
Renúncia de Boris Johnson Titular da pasta de Finanças durante a pandemia da Covid-19, o nome de Sunak foi novamente levado à imprensa internacional às vésperas da renúncia de Boris Johnson. Em julho, ele se demitiu do cargo e liderou a debandada de membros do governo que culminou na renúncia do ex-premiê.
Sunak era um dos principais membros do governo Johnson. Durante a crise de saúde global ocasionada pela pandemia, ele criou programas de auxílios para população e empresas. Contudo, chegou a ser multado por ter violado as regras do lockdown, quando participou de uma festa de aniversário do ex-premiê, em 2020.
Depois que Johnson deixou o cargo, o político de origem hindu se candidatou à função de líder do Partido Conservador e primeiro-ministro. Ele chegou a ser o mais votado entre os parlamentares eleitos, mas perdeu a disputa para Liz Truss na etapa final, quando todos os 170 mil filiados do partido puderam votar.
Quando Truss entregou o cargo após 45 dias na função, Sunak voltou a ser o favorito na disputa. Após Johnson desistir de concorrer e Penny Moundant não conquistar o requisito de no mínimo 100 apoios do Partido Conservador, ele foi definido como o único capaz de assumir o cargo, sem a necessidade de uma eleição.
Trajetória O novo primeiro-ministro do Reino Unido é de origem indiana, filho de pais que imigraram da África. Ele é visto como exemplo do atual multiculturalismo britânico.
Sunak estudou em uma escola de elite do Reino Unido e graduou-se na universidade de Oxford, uma das mais tradicionais do mundo. Também fez mestrado em Stanford, nos Estados Unidos. Durante a trajetória internacional, trabalhou em fundos de investimentos até, em 2015, ser eleito deputado pelo Partido Conservador.
Em fevereiro de 2020, foi nomeado para a pasta de Finanças aos 39 anos, na qual permaneceu até entregar o cargo, em meio aos escândalos do governo Johnson. À época, ele divulgou uma carta, justificando que “o público espera, com razão, que o governo seja conduzido de forma adequada, competente e séria. Acredito que vale a pena lutar por esses padrões, e é por isso que estou me demitindo”.
Ele também se envolveu na própria crise, quando a esposa dele, a bilionária filha do fundador da empresa de tecnologia indiana Infosys, Akshata Murty, conseguiu deduções do Imposto de Renda, mesmo sem dificuldades financeiras.