Em cinco anos, o número de atendimentos psicológicos realizados na rede pública de saúde do Distrito Federal aumentou 204%. Foram 25.222 sessões com psicólogos no ano passado, segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF), contra 8.297 em 2018.
Entre os motivos apontados para esse “boom” de atendimentos, está uma melhor conscientização sobre a importância da saúde mental, principalmente após a pandemia (leia mais abaixo).
Entre os anos analisados, o recorde fica com 2023. O mês em que mais houve atendimentos foi outubro, com mais de 2,5 mil procedimentos do tipo.
Em 2024, até a segunda semana de abril, a pasta havia contabilizado 7,5 mil atendimentos. Os números correspondem a todos os níveis de atenção da saúde, desde a primaria até a hospitalar.
Saúde mental: rede pública do DF conta com apenas 100 psiquiatras Pandemia e eleições Izabella Rodrigues, professora de psicologia do Centro Universitário de Brasília (Ceub), avalia que não há uma explicação única para o aumento dos atendimentos psicológicos no DF. Ela destaca a conscientização sobre a importância de cuidados com saúde mental nos últimos anos.
“Diferentes profissionais têm entendido que essa integração de cuidados em saúde é benéfica para os pacientes e evita o agravo de outras questões. E, com essa ‘evitação’ de agravos, a gente economiza recursos dos próprios serviços de saúde”, disse.
A professora cita, também, eventos recentes que podem ter “estressado psicologicamente” a população.
“Entre 2018 e 2023, a gente passou por uma série de eventos estressantes. Tivemos eleições, por exemplo, que trouxeram muito estresse psicológico para todo o país e as pessoas passaram a experienciar mais sintomas de ansiedade, estresse, sintomas depressivos, o que também culminou em uma busca maior por serviços de saúde mental.”
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Reconhecer as dificuldades e buscar ajuda especializada são as melhores maneiras de lidar com momentos nos quais a carga de estresse está alta Getty Images
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Pessoas mentalmente saudáveis são capazes de lidar de forma equilibrada com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida. Porém, alguns sinais podem indicar quando a saúde mental não está boa Getty Images
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Estresse: se a irritação é recorrente e nos leva a ter reações aumentadas frente a pequenos acontecimentos, o sinal vermelho deve ser acionado. Caso o estresse seja acompanhado de problemas para dormir, é hora de buscar ajuda Getty Images
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Além de fatores genéticos, a longevidade pode estar associada à quantidade de vezes que a pessoa ficou doente Getty Images
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Alteração no apetite: na alimentação, a pessoa que come muito mais do que deve usa a comida como válvula de escape para aliviar a ansiedade. Já outras, perdem completamente o apetite Getty Images
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Autoestima baixa: outro sinal de alerta é a sensação de incapacidade, impotência e fragilidade. Nesse caso, é comum a pessoa se sentir menos importante e achar que ninguém se importa com ela Getty Images
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Desleixo com a higiene: uma das características da depressão é a perda da vontade de cuidar de si mesmo. A pessoa costuma estar com a higiene corporal comprometida e perde a vaidade Getty Images
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Sentimento contínuo de tristeza: ao contrário da tristeza, a depressão é um fenômeno interno, que não precisa de um acontecimento. A pessoa fica apática e não sente vontade de fazer nada Getty Images
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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconforto Getty Images
A especialista afirma ainda que a pandemia de Covid foi um divisor em relação à forma como os brasileiros encaram a saúde mental.
“Todo o contexto trouxe desafios. Ansiedade, dificuldade pela experiência do luto, ansiedade devido à economia, o isolamento social, tudo trouxe impactos. No contexto pós-pandemia, nossas relações ficaram diferentes e, durante a pandemia, foi um momento em que se passou a falar mais sobre saúde mental”, disse.
Casos de suicídio aumentam no DF e especialistas alertam para sinais Atendimento psicológico Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar por meio do número 188. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo, voluntária e gratuitamente, todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, podem buscar ajuda por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.
O Núcleo de Saúde Mental (Nusam) do Samu também é responsável por atender demandas relacionadas a transtornos psicológicos. O Núcleo atua tanto de forma presencial, em ambulância, como à distância, por telefone, na Central de Regulação Médica 192.
Na rede pública da saúde, a assistência psicológica pode ser encontrada nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), hospitais e unidades básicas de Saúde.
O UniCeub também oferece atendimento. Pela taxa de R$ 40, crianças, a partir de 4 anos, adolescentes, adultos, casais e famílias podem ser atendidos. As consultas acontecem no Edifício União, localizado no Setor Comercial Sul. Após a avaliação psicológica do paciente, as consultas são agendadas uma vez por semana, com o apoio dos alunos do curso de psicologia. Os interessados podem agendar o atendimento por telefone (61) 3966-1626, ou presencialmente, no Edifício União.
A Universidade Católica de Brasília (UCB) também oferece esse tipo de acompanhamento. O atendimento terá novas vagas a partir de março de 2024. No momento, a clínica oferece o plantão psicológico, ou seja, atendimento em sessão única voltado para casos de emergência, quando o paciente está em crise depressiva, por exemplo.
O plantão acontece às terças e quintas, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30. Tem um horário extra à note, às 20h30. Cada atendimento dura de 50 minutos a uma hora. Este ano, o plantão vai funcionar até 30 de novembro.
Os canais de contato são Telefone (61) 3356-9328 e WhatsApp (61) 99267-0473.