Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias (RJ) confirmou, em depoimento à Polícia Federal (PF), que emprestou a própria senha para o secretário de Governo do município, João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da central de vacinação do município, disse que não foi informada sobre a identidade das pessoas que teriam o registro apagado, sob argumento de não “envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas”.
Apesar disso, ela diz não ter visto qualquer “má-fé” no pedido, e que teria ajudado Brecha a pedido da chefe dela, a secretária de Saúde Célia Serrano. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmadas pelo Metrópoles.
Claudia está entre os alvos da Operação Venire, deflagrada em 3 de maio e que investiga associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Na ação, agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prenderam alguns de seus ex-funcionários, como o ex-ajudante de orgens Mauro Cid.
Emissão de certificadoSegundo investigação da PF, em 21 de dezembro do ano passado, João Brecha incluiu as informações falsas no sistema do Ministério da Saúde de que Bolsonaro teria tomado, em agosto e outubro, duas doses de vacina contra a Covid no município de Duque de Caxias.
Seis dias depois, em 27 de dezembro, as informações foram excluídas do sistema, em nome de Cláudia Rodrigues. A justificativa para deletar os registros foi um suposto “erro”. Nesse período, o ex-presidente teria emitido o certificado de vacinação no sistema ConecteSUS.
Bolsonaro viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, enquanto ainda era presidente da República. O depoimento dele à PF, sobre o caso da fraude no cartão de vacinação, está marcado para a próxima terça-feira (16/5).